O juiz federal Sergio Moro recebeu, ontem (13), a ação penal contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se tornou réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.O processo estava no Supremo Tribunal Federal, mas, com a cassação do peemedebista e a perda do foro privilegiado, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná.
Em despacho, Moro aceitou a denúncia e deu dez dias para que a defesa de Cunha se manifeste.O ex-deputado é acusado pelo Ministério Público Federal de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África.
O peemedebista nega irregularidades e diz que as contas no exterior pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio.
Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré desde junho pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.Moro ainda levantou o sigilo do processo contra o ex-presidente da Câmara.
“A publicidade propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da administração pública e da própria Justiça criminal”, escreveu.
Agressão
Cunha foi xingado e agredido na quarta (12) enquanto empurrava um carrinho de malas pelo saguão do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.Imagens de um vídeo que circula nas redes sociais mostram uma mulher perseguindo o político. Ela o agrediu, incentivada pelos gritos de quem presenciava a cena. O peemedebista continuou caminhando enquanto tentava se desvencilhar e conseguiu deixá-la para trás.
No Twitter, Cunha afirmou que foi recepcionado pelo “mesmo grupinho” de manifestantes que o xingou na semana passada, quando viajou de Brasília ao Rio.”Continuo a dizer, pode vir me esperar, será um prazer”, afirmou ele. “Se eles perderam as suas boquinhas, o problema é deles.”