A desaceleração mais forte do que o esperado da prévia da inflação de setembro fez o mercado aumentar as apostas de que o corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central virá no mês que vem, de acordo com analistas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgado ontem (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou alta de 0,23% neste mês, depois de subir 0,45% em agosto.
O principal responsável pela desaceleração foram os alimentos e bebidas, que registraram deflação de 0,01%, após alta de 0,78% em agosto.
A Selic está atualmente em 14,25% ao ano. A principal preocupação do BC ao estabelecer sua política de juros é com a inflação. Em 12 meses, o IPCA-15 subiu 8,78% – o centro da meta do governo federal é 4,5%.
José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, avalia que a probabilidade de corte da Selic aumentou fortemente com o resultado do IPCA-15.
“A inflação cedendo, o dólar de volta ao patamar de R$ 3,20, a expectativa de aprovação da PEC dos gastos públicos e possível redução nos preços dos combustíveis contribuem para isso”, disse Faria.