Depois de seis anos consecutivos de queda, o nível de emprego no parque fabril do ABC começa, finalmente, a reagir. As empresas do setor criaram 650 postos de trabalho em janeiro, com aumento de 0,36% no estoque de vagas em relação ao existente no final de dezembro.
Trata-se do melhor resultado desde junho de 2013 e o melhor para o mês desde janeiro do mesmo ano – em ambos foram criadas 800 vagas. Os dados integram pesquisa divulgada, ontem (19), pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).
O resultado foi puxado, principalmente, pelo segmento de veículos automotores e autopeças, o qual representa um quarto dos empregos fabris do ABC. Na passagem de dezembro para janeiro houve aumento de 0,96% no nível de ocupação do setor.
Em 2017, devido ao recorde nas exportações, as montadoras voltaram a registrar aumento na produção de veículos (25,2%) após três anos seguidos de queda. Entre as empresas que se beneficiaram desse movimento figura a Mercedes-Benz, que anunciou a contratação de cerca de 300 trabalhadores em janeiro na unidade de São Bernardo, a fim de atuar na produção e na modernização da logística da fábrica.
Dos 20 segmentos acompanhados pelas entidades no ABC, em 11 houve aumento na ocupação em janeiro.
No Estado de São Paulo como um todo, o setor automotivo respondeu por quase 3 mil das 10,5 mil vagas geradas pela indústria em janeiro, o melhor resultado para o mês em seis anos.
“O desempenho de janeiro demonstra a consistência do processo de crescimento da economia. O emprego no setor manufatureiro tem seguido o aumento da produção registrado pela indústria paulista em 2017, que foi de 3,4%”, explicou o segundo vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, referindo-se ao Indicador do Nível de Atividade (INA), apurado pelas entidades.
Diadema lidera
No corte por diretorias regionais, a de Diadema registrou o melhor resultado do ABC em janeiro, com a criação de 400 vagas e alta de 0,99% – puxadas, principalmente, pelos segmentos de produtos de metal e de máquinas e equipamentos.
No sentido contrário, a pesquisa registrou o fechamento de 300 postos de trabalho na regional de Santo André.