Após dois meses de aceleração no número de demissões, as indústrias do ABC reduziram o ímpeto dos cortes e fecharam “apenas” 200 vagas em outubro, segundo pesquisa divulgada, ontem (18), pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).
Apesar de ruim, o resultado é o melhor desde janeiro do ano passado, quando o parque fabril da região abriu 450 vagas. Este foi, também, o último resultado positivo da pesquisa. Nos 21 meses que se seguiram, o saldo entre contratações e demissões foi sempre negativo (veja gráfico ao lado).
As 200 vagas extintas elevam para 19.200 o número de postos de trabalho fabris eliminados no ABC em 2016 (o que equivale a 64 por dia), com queda de 9,68% no estoque.
Devido à desaceleração nas demissões, o saldo em 12 meses melhorou, com 21.250 empregos extintos até outubro, ante 25.950 até setembro.
A queda menor do nível de emprego em outubro também fez as entidades revisaram a projeção para o encerramento do ano no Estado de São Paulo – de 165 mil postos fabris a menos para 150 mil. Em outubro foram fechadas 6.500 vagas na indústria paulista, com queda de 0,28% no nível de ocupação.
O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) das entidades, Paulo Francini, disse que a situação da indústria ainda é muito grave. “Não conseguimos ver a marca do que poderíamos chamar de recuperação e retorno do crescimento. Melancolicamente caminhamos para mais um final de ano negativo na economia e na indústria”, afirmou.
Setor automotivo
No ABC, o resultado de outubro foi influenciado, sobretudo, pela queda de 1,54% na ocupação do setor de veículos automotores e autopeças. No acumulado do ano, 17 dos 22 setores acompanhados pelas entidades reduziram o nível de ocupação na região.
Por regionais, só São Bernardo fechou vagas (750) no mês passado. Santo André (400), São Caetano (100) e Diadema (50) contrataram.