Paralelamente a seu projeto de reeleição, o prefeito de Santo André Carlos Grana (PT) traçou como “missão” recuperar a credibilidade do Partido dos Trabalhadores – desgastado pela crise política e reduzido a um de seus menores patamares de candidaturas em pleitos municipais desde sua fundação. O petista também avaliou ter servido, ao lado dos demais candidatos, como “cobaia” da minirreforma política, que alterou regras para a eleição deste ano.
“Depois de toda essa avalanche contra o meu partido uma das minhas missões será separa o joio do trigo. Vou tentar ajudar e trabalhar intensamente para recuperar aquilo que era de mais sagrado na fundação do PT, que é a ética e a honestidade como prática política. Mudar de partido é questão de opção. Eu vou lutar para depurar o PT e ver se conseguimos recuperar a credibilidade que o partido teve no ABC e no Brasil”, destacou.
O prefeito também salientou que a eleição deste ano foi a primeira experiência sob as novas regras eleitorais sancionadas pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no ano passado e que as mudanças exigem adaptação. “Tenho minhas considerações sobre o que ocorreu no primeiro turno das eleições. Na verdade, quem foi candidato foi cobaia, porque a minirreforma eleitoral trouxe alterações significativas e, na minha opinião, positivas”, disse. As alterações mais sentidas pelos postulantes em 2016 foram a redução do tempo de campanha e o fim do financiamento por empresas.
Para driblar as restrições financeiras, Grana chegou a promover dois jantares para arrecadação de doações, sendo um no valor de R$ 1 mil e outro de R$ 5 mil. Uma plataforma online para doações espontâneas também foi lançada pela equipe do petista. “Esse novo formato foi positivo, mas existem coisas que precisam ser alteradas, a começar com esse número gigantesco de partidos. Essa pulverização traz muita confusão para o primeiro turno, onde tivemos cerca de 500 candidatos a vereador e sete a prefeito. É uma chuva de siglas e jingles que não politizam a campanha, apenas vira oba-oba”, completou.
Onda Dória
Grana também lamentou a influência recebida da propaganda eleitoral da Capital e que, neste pleito, deu novo fôlego, principalmente, às candidaturas do PSDB na região devido ao maior tempo de TV concedido ao prefeito eleito em São Paulo João Dória (PSDB). “Temos o problema de não ter uma mídia de massa. Vivemos em função do que repercute da capital. Por isso levamos uma enorme desvantagem. Eu creio que aconteceu essa contaminação, que alguns chamam de ‘onda’. Agora no segundo turno é quando temos a oportunidade de ter mais discussão”, destacou.