O governo suspendeu a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro e fevereiro. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, as empresas não estão informando dados de demissões, o que inviabilizou a consolidação do cadastro.
“O saldo de emprego formal, se divulgado, poderia apresentar valor superior ao que seria aferido se preenchido em conformidade”, disse o órgão, em nota.
Apesar de a prestação das informações ser obrigatória, tem havido subnotificação por parte das empresas desde que o cadastro foi simplificado e unificado, no final do ano passado.
Em 2019, o governo acabou com declarações específicas do Caged, da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), da carteira de trabalho e do livro de registros de empregados, que passaram a ser informadas no eSocial. Somente em janeiro, ao menos 17 mil empresas deixaram de prestar informações no eSocial, 2,6% do total.
“Essas dificuldades resultam das recentes transformações na forma de relacionamento do governo e nos valores de desburocratização e simplificação do envio de informações em um único canal”, disse o ministério.
A pasta disse que tem entrado em contato com as empresas, juntamente com o Conselho Federal de Contabilidade, mas a pandemia do coronavírus tem dificultado a autorregularização das companhias.
“A divulgação dos dados do Caged referentes aos meses de janeiro e fevereiro está suspensa até a completa atualização das informações por parte das empresas. Tão logo a situação volte à normalidade e as empresas retomem o envio das informações, ocorrerá ampla divulgação das estatísticas dos meses anteriores”, completa a nota.
O órgão ressaltou que esta situação não interfere no pedido e na concessão do seguro-desemprego aos trabalhadores desempregados.