As Forças Armadas da Síria e da Rússia suspenderão seus ataques sobre Aleppo, cidade no norte da Síria dominada por facções rebeldes, durante oito horas na quinta-feira (20), para permitir a saída de civis e combatentes, informou ontem (17) o governo russo. A anunciada pausa humanitária, programada para acontecer entre as 8h e as 16h locais (3h e 11h em Brasília), não corresponde ao cessar-fogo duradouro pelo qual o Ocidente vem pressionando Moscou e o ditador sírio, Bashar al-Assad.
Segundo afirmou em Moscou o tenente-coronel Sergei Rudskoy, do Ministério da Defesa russo, a suspensão dos ataques tem como objetivo “principalmente permitir que civis se movam livremente para a retirada dos doentes e feridos, e também para a saída de rebeldes.”
De acordo com Rudskoy, um cessar-fogo unilateral “não faz sentido”, pois abriria espaço para que organizações terroristas dentre os rebeldes “se reagrupem e restabeleçam suas capacidades militares”. Ele também disse que os países ocidentais fazem vista grossa para a matança de civis promovida por rebeldes em Aleppo.
Segundo a ONG britânica Observatório Sírio dos Direitos Humanos, ao menos 47 civis morreram entre domingo (16) e ontem em Aleppo em meio a novos bombardeios.
No último fim de semana, as chancelarias dos EUA e da Rússia promoveram uma reunião internacional em Lausanne, na Suíça, para tentar negociar um novo cessar-fogo na Síria.
O secretário de Estado americano, John Kerry, recebeu o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e sete outros chanceleres da região. As conversas, porém, não tiveram sucesso. Um diplomata ocidental em Lausanne afirmou que o encontro pareceu ter sido mal preparado e vago em seus objetivos.