Com o petróleo negociado na casa dos US$ 70 (R$ 260) o barril pela primeira vez desde abril, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras atingirá, hoje (10), o menor valor em quase oito meses.
Ontem (9), a estatal anunciou o 14º corte seguido no preço do combustível, que será vendido por R$ 1,6734 por litro nas refinarias a partir de hoje. O recuo, porém, ainda se reflete de forma tímida nas bombas.
Em valores corrigidos, a última vez em que a gasolina esteve neste patamar foi no dia 22 de março. Depois, iniciou ciclo de alta até bater o recorde de R$ 2,26, também corrigido, no dia 14 de setembro.
Além da queda do petróleo, os cortes no preço da gasolina respondem à retração no câmbio, que atingiu patamares históricos em meados de setembro, diante de incertezas com relação ao cenário eleitoral.
No dia 14 de setembro, quando o preço da gasolina bateu recorde, o barril de petróleo do tipo Brent, negociado em Londres, custava R$ 328, considerando a cotação do dólar na época. Ontem, com o dólar atual fechou a R$ 261.
O dólar começou a cair no final de setembro e o petróleo, no início de outubro. Desde o dia 19 de setembro, quando foi iniciado o atual ciclo de redução, a gasolina nas refinarias está 25% mais barata.
O recuo levou analistas a projetar alívio na inflação de novembro, após o repique inflacionário de outubro, quando o IPCA atingiu 0,45%, o maior para o mês desde 2015.
Somado ao custo menor da bandeira tarifária cobrada na conta de luz, há quem veja chances de rara deflação no mês.
Nas bombas, porém, o repasse é pequeno. Segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a gasolina foi, em média, a R$ 4,658 esta semana. Em um mês, a queda é de 1,41%.