O tom adotado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no discurso com líderes dos demais países que formam os Brics nesta sexta-feira (28), na cúpula do G-20, no Japão, foi diferente do que o que chegou a ser ensaiado nos bastidores da delegação brasileira.
Um dos rascunhos da fala do presidente brasileiro, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, continha crítica ao processo de globalização, defesa do nacionalismo e um pedido aos demais países para que apoiem a transição de governo na Venezuela.
No evento, contudo, Bolsonaro optou por uma linha mais moderada. No lugar de referências à globalização, defendeu o sistema multilateral e a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), em linha com o comunicado do grupo. As críticas foram direcionadas para o protecionismo no comércio.
A ideia do presidente brasileiro é aproveitar a vitrine internacional da cúpula das 20 maiores economias do globo para modular a imagem que tem no exterior. Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro se queixa de como foi retratado em veículos internacionais.