
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), reuniram-se ontem (21) com o governador João Doria (PSDB) e com o presidente da Ford América Latina, Lyle Watters, a fim de discutir perspectivas para a venda da fábrica de São Bernardo, que teve a produção encerrada em outubro do ano passado.
No encontro, os representantes da montadora informaram que as negociações com a Caoa foram encerradas sem sucesso e que há outras duas empresas do setor automotivo – ambas chinesas – interessadas no parque fabril.
As negociações entre a Ford e possíveis compradores seguirão reservadas até que haja avanços mais concretos. O objetivo é evitar o que ocorreu em setembro do ano passado, quando Doria chegou a realizar um evento no Palácio dos Bandeirantes para anunciar o interesse na aquisição da planta pelo Grupo Caoa, mas o negócio acabou não se concretizando.
A esperança era de que a compra pelo Grupo Caoa garantisse a manutenção de ao menos 850 postos de trabalho.
“As negociações continuam, agora com novos interessados. Estão todos empenhados em manter o parque fabril do setor automotivo, que é a vocação de nossa região. O ABC tem trabalhadores preparados e qualificados para atuar em qualquer novo negócio nesse setor”, afirmou Santana, após encontro realizado na sede do governo paulista.
Também participaram da reunião o vice-presidente da Ford, Rogelio Goldfarb; a secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen; e o presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil), Rafael Marques.
Entre as interessadas na planta está a chinesa BYD, maior fabricante de veículos elétricos do mundo. A empresa tem desde 2014 planta em Campinas, no Interior do Estado, mas estuda aumentar suas operações no Brasil com foco na produção de caminhões elétricos.
UM ANO
O anúncio de fechamento da unidade completou um ano na última quarta-feira (19). A Ford alegou que o fim da operação representaria “importante marco para o retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul”.
A unidade produzia o hatch New Fiesta e os caminhões das linhas Cargo e Série F. O compacto deixou de ser feito em agosto – a Ford passou a concentrar a fabricação de automóveis em Camaçari (BA) – e a linha de montagem de veículos pesados foi encerrada no final de outubro.
Dos 2,7 mil trabalhadores que a fábrica tinha em fevereiro do ano passado, 2 mil perderam seus empregos. Os demais, do setor administrativo, serão transferidos para a Capital.