
A reabertura gradual do comércio e a maior disposição de gastar na alta renda devem “salvar” as vendas do Dia dos Pais no ABC. A comemoração ocorre no próximo domingo (9) e servirá de termômetro para medir o ânimo do consumidor após mais de quatro meses de isolamento social antes das duas datas mais importantes do setor no segundo semestre – Crianças e Natal.
É o que revela a Pesquisa de Intenção de Compra (PIC) feita pela Universidade Metodista de São Paulo. O levantamento mostra que o gasto na região com a aquisição de presentes na data deve alcançar R$ 57,1 milhões, montante 8,1% superior (descontada a inflação do período) ao projetado em 2019 (R$ 57,1 milhões).
A alta pode ser explicada pela fraca base de comparação. Afinal, o Dia dos Pais do ano passado – comemorado em um período de forte aumento no desemprego – foi o pior da série histórica da Metodista, iniciada em 2012.
Também contribui para a previsão mais otimista o aumento no número de presenteados – em média 1,3 por pessoa, contra 1,1 no ano passado –, especialmente na faixa de consumidores de maior renda.
Por outro lado, os consumidores do ABC estão dispostos a gastar menos com a data (em média R$ 144,80, queda de 6,7%) e menos por presente (R$ 118, redução de 7,5%).
“Apesar da queda no preço médio e nos gastos planejados, aqueles que vão presentear alguém o farão para mais pessoas do que no ano passado e isso se explica pela intensidade dos consumidores de maior rendimento. Camadas sociais de menor renda têm sofrido mais com a retração atual”, afirmou em nota o professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Metodista, responsável pelo estudo.
Prova disso é que, entre os consumidores que recebem até um salário mínimo mensal (R$ 1.045), o gasto médio planejado é de R$ 101, contra R$ 188 na faixa de remuneração entre cinco e dez mínimos.
Também deve contribuir para aumentar as vendas da data a maior flexibilização do comércio, que foi autorizado a abrir seis horas diárias com a passagem do ABC para a Fase 3 (amarela) do Plano São Paulo, no início de julho.
Persistem, porém, as condições adversas decorrentes da pandemia de covid-19, expressas no aumento do desemprego e na redução na renda.
COMPRA PRESENCIAL
A flexibilização no horário do comércio vai beneficiar as compras presenciais. Mesmo com a forte elevação da intenção de compras pela internet, preferída por 65,5%, ao menos 11% dos entrevistados declararam que pretendem adquirir presentes presencialmente e gastar mais por isso: há expectativa de R$ 223,50 no gasto médio e de R$ 168,50 por presente na compra física, contra R$ 196,80 e R$ 164,30 nas aquisições virtuais.
Vestuário, perfumes e cosméticos representam 57% dos presentes a serem escolhidos.