
Quis o destino, mas com muita competência dos finalistas, que a decisão da Libertadores, a última organizada em duas partidas, colocasse frente a frente River Plate e Boca Juniors, um dos maiores clássicos do mundo, às 18h de hoje (24), em Buenos Aires. Pela primeira vez, o duelo entre os rivais se dará na final continental e, mesmo jogando em casa e entrando em campo com o empate por 2 a 2 obtido no jogo de ida, o River rejeita o favoritismo.
Para muitos, a partida é simbólica, pois marca o fim da Libertadores “raiz”, aquela que, para vencer, tem de encarar a torcida adversária no campo do inimigo, os erros de arbitragem e até cachorros no campo – cenas da competição disputada na América do Sul.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) decidiu que no próximo ano a Libertadores será decidida em jogo único, já marcado para o estádio Nacional em Santiago, no Chile. Então, esse confronto entre River Plate e Boca Juniors toma ares nostálgicos também. A Argentina, talvez o país deste continente mais acostumado às greves gerais (só no atual governo foram três), vai parar. Até o presidente Mauricio Macri, que já foi comandante do Boca, abriu vaga na agenda, mas não deverá estar no Monumental.
O estádio terá 60 mil torcedores, todos do River por questões de segurança – na partida de ida, somente a torcida do Boca foi à Bombonera. Será a primeira vez na história que a final da Libertadores não terá torcida visitante. Sem solucionar o problema de violência no futebol, a opção foi deixar os visitantes fora, como nos clássicos paulistas.
As autoridades estão em alerta máximo para evitar problemas. O jogo será visto no mundo todo por sua grandeza. Gianni Infantino, presidente da Fifa, está em Buenos Aires para acompanhar o confronto e mostrar seu apoio ao futebol sul-americano. Estará no estádio ao lado de Claudio Tapia, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA).
Se entre os fãs argentinos a efervescência da partida é gigantesca, nos dois times a seriedade falou mais alto. Não houve provocações das partes. No River, o técnico Marcelo Gallardo, que não estará no banco por causa de uma suspensão, estipulou a lei do silêncio para que seus jogadores não perdessem o foco. Do outro lado, o Boca preferiu sentir o carinho da torcida e lotou a Bombonera para um treino aberto.