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Fifa elogia VAR e diz que cada consulta leva 38 segundos

Fifa elogia VAR e diz que cada consulta leva 38 s
Collina: “Tempo perdido (com o VAR) não é grande”. Foto: Reprodução/Fifa

O uso do árbitro assistente de vídeo (VAR) não tem causado impacto relevante na fluência dos jogos da Copa.

Segundo dados divulgados pela Fifa ontem (29), ao fim das 48 partidas da fase de grupos, foram perdidos apenas 38 segundos em média por jogo para verificação de lances com o auxílio da tecnologia. Isso representa 1,5% dos 39 minutos e 50 segundos em que a bola não rola, também em média por jogo.

Uma revisão total do VAR dura, em média, 1 minuto e 20 segundos. Porém, muitas vezes, a bola segue rolando até a decisão de ir ao monitor.

Ainda de acordo com a Fifa, as partidas do Mundial da Rússia têm durado 96 minutos e 35 segundos, com aumento no tempo de acréscimo em relação à Copa disputada no Brasil, em 2014, quando foi de 95 minutos e 19 segundos, incluída aí a pausa para hidratação. A maior paralisação tem se dado por causa de faltas: média de 8 minutos e 16 segundos.

Na Copa da Rússia, houve na fase de grupos o total de 1.294 faltas, número inferior ao do Mundial de 2014, quando as primeiras 48 partidas produziram 1.380 infrações.

“Temos visto que (o VAR) não quebrou o ritmo de jogo com muitas intervenções. Tem seguido o fluxo normalmente. O tempo perdido não é grande”, afirmou o ex-árbitro e atual presidente da Comissão de Arbitragem da Fifa, o italiano Pierluigi Collina.

A entidade também se diz satisfeita com o uso da tecnologia e afirmou que, até o momento, 335 lances e incidentes durante os jogos foram revisados na central localizada em Moscou. Estão inclusos todos os 122 gols anotados.

“Até o momento estamos muito felizes com a atuação dos árbitros”, disse o ex-árbitro Massimo Busacca, diretor da Comissão de Arbitragem.

Entre os 335 incidentes revistos, mas que não entram na conta do uso efetivo do VAR, estão as mãos de Zuber nas costas de Miranda no gol que resultou no empate em 1 a 1 entre Suíça e Brasil, na primeira rodada. Ontem, a Fifa liberou o áudio da comunicação entre as pessoas na sala do VAR e o árbitro mexicano César Ramos. Na comunicação, é explicado ao árbitro em campo que não houve falta de Zuber e, por isso, a jogada não deveria ser revista.

O italiano Paolo Valeri era o assistente de vídeo. Falou em “contato, muito, muito leve” e, depois, que não houve falta.

“No futebol, nem todo contato é falta. Um contato não significa falta. Talvez em outros esportes sim, mas não no futebol”, disse Colina.

O ex-árbitro explicou também o fato de só liberar agora o áudio, e não logo após a partida, como queria a CBF. “Pediram-nos o áudio, mas não é adequado discutir os incidentes durante a competição. Por isso esperamos o fim dos 48 jogos e a pausa.”

 

Comitê Organizador minimiza casos de briga e assédio

O Comitê Organizador Local (COL) classificou como problemas menores as brigas entre argentinos e croatas e entre brasileiros e sérvios em estádios da Copa do Mundo, assim como o assédio de torcedores brasileiros e latino-ame­ricanos a mulheres e crianças nas ruas das cidades-sede.

No jogo da Argentina, torcedores do país sul-americano espancaram um croata e deram chutes em sua cabeça em Nijni Novgorod. Isso e ou­tros incidentes levaram a Fifa a multar a Associação de Futebol Argentino (AFA) em 105 mil francos suíços (R$ 408 mil).

Em Sérvia e Brasil, torcedores trocaram socos antes de serem contidos por seguranças no estádio do Spartak, em Moscou. Nenhuma investigação ainda foi aberta pela Fifa.

“Não chamaria de brigas, mas sim de incidentes, como o de Nijni (no jogo entre Argentina e Croácia). Algumas pessoas também foram detidas, mas a decisão de revogar ou não a Fan ID (identidade do torcedor) deles é das autoridades e não do COL”, afirmou ontem (29) Alexei Sorokin, presidente-exe­cutivo da entidade.

Questionado sobre o vídeo que circulou na internet de brasileiros cercando uma russa e fazendo menções ao órgão sexual feminino, Sorokin disse que não teve conhecimento da situação. Porém, tratou também como um caso isolado.

“Incidentes de abuso sexual ou constrangimento não representam um grande problema ou questão. Porém, é claro que pedimos que todos os fãs exerçam o respeito, não importa se em reação a homem, mulher, criança ou idoso. É um comportamento padrão que deve ser exercido em qualquer país do mundo”, disse.

HOOLIGANISMO

Antes do torneio na Rússia havia o temor de que a Copa do Mundo pudesse ser marcada por homofobia, racismo e hooliganismo. Até o momento, ao final da fase de grupos, não houve registros de casos desse tipo em estádios.

 

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