
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse ontem (29) que mudanças no cheque especial deverão ser anunciadas em abril com o objetivo de reduzir as taxas de juros bancárias.
Sem dar detalhes, Goldfajn afirmou que são medidas de autorregulação, propostas pelas instituições financeiras. Por isso, serão anunciadas pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
A iniciativa virá após mudanças nas regras do uso do cartão de débito, anunciadas pelo BC nesta semana, e de outras medidas regulatórias e de estímulo à concorrência que, segundo Goldfajn, têm como objetivo reduzir o custo do crédito.
O presidente do BC afirmou que a redução dos juros bancários estão “mais ou menos compatíveis com outros episódios (de redução da Selic) no passado”.
“Não significa que, neste episódio, não gostaríamos de uma baixa mais rápida da taxa bancária. Estamos trabalhando para isso”, disse. “Esperamos e vamos trabalhar para uma queda mais rápida nas taxas bancárias.”
Goldfajn afirmou que a atual preocupação do BC é manter a inflação baixa, apesar da retomada gradual da economia combinada com a Selic em piso histórico.
O Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelos diretores do banco, já informou que, mantidas condições adequadas, pretende cortar mais uma vez os juros na próxima reunião, de maio e, em seguida, dar uma pausa.
Goldfajn disse também que o plano foi aprovado por todos os diretores. A previsão se mantém mesmo com turbulências políticas no curto prazo, como a nova operação da Polícia Federal, de ontem, que prendeu pessoas próximas ao presidente Michel Temer.