O comércio varejista do ABC eliminou 359 postos de trabalho em outubro, como resultado de 3.566 admissões e de 3.925 desligamentos. No acumulado de 12 meses foram extintos 3.859 empregos com carteira assinada na região – o que levou à redução, na comparação com outubro de 2015, de 3,4% no estoque de vagas.
As informações integram a pesquisa de emprego no varejo realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e elaborada com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O fechamento de vagas reflete a crise no varejo, que caminha para registrar o terceiro ano consecutivo de retração no faturamento nos sete municípios. Segundo a FecomercioSP, o setor amarga queda de 3,9% nas vendas nos 12 meses encerrados em setembro. Aumento do desemprego, diminuição na renda e juros proibitivos explicam os resultados ruins.
O ABC tem sentido com mais intensidade os efeitos da crise devido ao maior peso da indústria na economia local, com reflexos nas demais atividades econômicas. Em novembro, a taxa de desemprego local subiu para 16%, maior patamar para o mês em 12 anos.
Não por acaso, das nove atividades acompanhadas pela FecomercioSP no ABC, apenas a de farmácias e perfumarias apresentou variação positiva no estoque de empregados, com a criação de dez vagas em outubro (alta de 0,1% ante setembro), 88 no acumulado de 2016 (1,1%) e de 75 (0,9%) nos últimos 12 meses.
Farmácias e supermercados têm sentido com menor intensidade os efeitos da retração econômica, por venderem produtos essenciais.
Na comparação de outubro com o mesmo mês de 2015, as maiores quedas na ocupação formal foram verificadas nos segmentos de veículos (-7,7%), vestuário, tecidos e calçados (-7,4%) e de materiais de construção (-6,7%).
Estado
No Estado de São Paulo, após extinguir pouco mais de 2 mil empregos em setembro, o varejo voltou a abrir postos de trabalho em outubro (3.185). Ainda assim, o estoque é 2,6% inferior ao do mesmo mês de 2015.
A FecomercioSP atribuiu o resultado positivo de outubro à expectativa gerada pelo Natal, principal data do varejo, que levou os empresários a reforçar sua mão de obra.
A expectativa, entretanto, não se confirmou. Segundo a entidade, houve queda de 4,8% nas vendas na semana que antecede a data em comparação ao mesmo período do ano passado.