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Faltam EPIs para enfermeiros e médicos no combate ao coronavírus

Faltam EPIs para enfermeiros e médicos no combate ao coronavírus
Os EPIs fundamentais são: máscara tipo N95 ou PFF2, óculos e/ou face shield, luvas, gorro, capote impermeável e álcool gel 70%. Foto: Reprodução

A Associação Médica Bra­sileira (AMB) recebeu 2.513 de­núncias sobre falta de equi­pamentos de proteção indivi­dual contra o coronavírus em 520 munícipios até as 23h do último domingo (29). A ação de acolher queixas de médicos teve início com a campanha de orientação da AMB sobre segurança e protocolos no combate ao coronavírus. Vários médicos relataram à entidade a falta de condições adequadas de traba­lho, com alta exposição ao vírus.

“Garantimos o anonimato dos colegas, que expuseram seus relatos sobre os mais de 1.200 esta­belecimentos denunciados pela plataforma criada pela AMB (www.amb.org.br/coronavirus). Impressionante constatar que falta álcool em gel em 35% dos estabelecimentos denunciados”, afirmou Lincoln Ferreira, presidente da AMB.

Os EPIs fundamentais para que médicos e profissionais de saúde não sejam contaminados pela Covid-19 são: máscara tipo N95 ou PFF2, óculos e/ou face shield, luvas, gorro, capote impermeável e álcool gel 70%. Máscaras cirúrgicas não são eficientes para essa situação.

O cenário capturado pela pesquisa é preocupante: em mais de 75% dos estabelecimentos denunciados há relato da falta de ao menos três dos EPIs. Em mais de 30% dos casos, todos os EPIs estão em falta.

Inexistência de álcool em gel é reclamação de mais de um terço das denúncias (35%) e máscaras faltam em quase 90% dos estabelecimentos denunciados.
Além da segurança para médicos, enfermeiros e técnicos, os equipamentos garantem a segurança dos pacientes, evitando a disseminação do vírus.

A partir dos relatos recebidos, sempre preservando a identidade dos denunciantes, a AMB notifica os estabelecimentos denunciados, e também o Ministério da Saúde, os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), além das Secretarias de Saúde (municipais e estaduais), assim como Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Ministério Público do Trabalho, para garantir que ações emergenciais para fiscalização e solução dos problemas sejam tomadas.

“É um crime contra a vida dos médicos e contra a saúde da população permitir a convivência com uma situação dessas. Estamos falando de vidas humanas colocadas em risco. Ignorar a obviedade desse risco ou querer tergiversar sobre isso é patético. Não é preciso ser nenhum expert para saber que mandar médicos para a linha de frente dessa forma nos deixará com menor capacidade de atendimento e ainda intensificará o contágio exponencialmente entre os pacientes que já estão vulneráveis e procuraram os estabelecimentos”, criticou Diogo Sampaio, vice-presidente da AMB. 

Entre as denúncias recebidas sobre a falta de EPIs há relatos impressionantes, como um sobre o hospital do Rio de Janeiro. “Muitos materiais descartáveis estão sendo usados seguidamente mais de uma vez.” Em outro hospital do mesmo Estado, uma médica perdeu o emprego porque passou a comprar seus próprios EPIs, já que o hospital não os fornecia. 

 

 

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