O ABC caminha para registrar o terceiro ano consecutivo de queda nas exportações, em um cenário de alta volatilidade do dólar e de baixa competitividade da indústria.
Em outubro, os embarques de empresas da região somaram US$ 327,4 milhões, montante 23% inferior ao enviado no mesmo mês do ano passado (US$ 425,4 milhões), segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, compilados pelo Diário Regional.
No acumulado do ano até outubro, as exportações caíram 12,1%, para US$ 3,7 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2015.
As vendas ao exterior eram a aposta do empresariado para compensar o mercado interno desaquecido, mas a expectativa não se concretizou. A explicação está nos problemas crônicos de falta de competitividade da indústria regional e nas variações no câmbio, que chegou a bater em R$ 4 no início do ano, mas caiu após o impeachment de Dilma Rousseff – atingindo R$ 3,20, em média, no mês passado.
Variações no câmbio geram insegurança e deixam o ambiente pouco amigável para o exportador, que costuma fechar contratos com seis meses de antecedência.
Principal pauta exportadora da região, a venda de veículos cresceu 0,9% de janeiro a outubro, para US$ 1,5 bilhão, como resultado de acordos comerciais firmados em 2015.
No sentido contrário, o envio de autopeças caiu 16,5% no acumulado deste ano, para US$ 1,04 bilhão. Da mesma forma, os embarques de insumos industriais diminuíram 23,3%, para US$ 664,7 milhões.
Os dados do ministério revelam ainda que a região importou US$ 2,7 bilhões de janeiro a outubro, montante 24,9% inferior aos US$ 3,6 bilhões comprados no exterior em igual período de 2015.
Pelo lado das importações, a queda se deve à redução da atividade econômica. No ABC, a maior parte das compras externas é de autopeças, usadas na produção de sistemas e veículos; e de insumos industriais, empregados na fabricação de componentes automotivos.
Balança positiva
Graças à redução mais acentuada das importações, a balança comercial do ABC é superavitária em US$ 1 bilhão no acumulado do ano até outubro, ante saldo positivo de US$ 610,6 milhões registrado nos primeiros dez meses do ano passado.