Paciente em situação mais crítica entre os seis sobreviventes da queda do avião da Chapecoense, na última terça-feira (29), o zagueiro Neto, 31, está em coma induzido, disse à reportagem o diretor médico do hospital San Vicente, em Rionegro (a 45 km de Medellín), onde o grupo está internado na Colômbia.
“Neto está em estado muito crítico. Está sedado, em coma induzido. Sua situação pulmonar é muito delicada”, afirmou Ferney Rodríguez.
“É o que mais nos preocupa dos quatro (brasileiros internados). Ainda é muito apressado dar qualquer informação adicional”, disse, ao ser questionado sobre se seria possível prever quando seriam retiradas a sedação e a ventilação mecânica de Neto.
Neto é o único que continua sedado e com ventilação pulmonar mecânica. O zagueiro tem uma infecção no pulmão, segundo Rodríguez, possivelmente causada por broncoaspiração (aspiração de corpo estranho).
Dois dos quatro brasileiros, o lateral Alan Ruschel e o jornalista Rafael Henzel, sairão por um tempo da cama para sentar em poltronas pela primeira vez ontem.
No entanto, os dois, além de Neto e do goleiro Follman, permanecem na UTI.
“Se o atleta já está sentado, o pulmão pode expandir melhor, ajuda na fisioterapia pulmonar”, afirmou o ortopedista Marcos André Sognali, um dos médicos da Chapecoense que permanecem na Colômbia para acompanhar os jogadores – o outro é o cardiologista Edson Stakonski.
Limpeza
Segundo os médicos, Follman – que teve a perna direita amputada – também deverá sentar, mas um pouco mais tarde, possivelmente hoje. “Vamos fazer uma limpeza cirúrgica (na perna). Não é aumentar a amputação, é para tratar a ferida.”
Stakonski relatou que, pelo que ouviu dos sobreviventes, eles não sabiam que o avião estava caindo. “Simplesmente a luz apagou e houve a colisão. Não houve apavoramento, não ficaram em pé nem gritaram”, disse.