Esportes, Futebol

Em caso de pane seca, seguro da LaMia não deve indenizar famílias

Se confirmada a tese de que houve pane seca no voo da LaMia que transportava a Chapecoense para Medellín, os familiares das vítimas não deverão receber indenização proveniente do seguro da empresa.

A apólice contratada pela companhia boliviana tem duas cláusulas chamadas de exclusão, que eximiriam pagamento da cobertura em caso de negligência ou omissão do operador – neste caso, o piloto Miguel Quiroga –, o que pode ficar configurado com a abertura das caixas pretas.

A classificação se daria porque, a partir dos primeiros indícios, Quiroga teria corrido riscos ao não fazer escala para reabastecer ou por ter comunicado tardiamente a gravidade da situação à torre.

Entretanto, só será possível saber as causas definitivas do acidente após o término das investigações, que podem demorar meses.

A reportagem obteve informações que constam da apólice que a LaMia firmou com a resseguradora Tokio Marine Kiln. Os valores do acerto são considerados irrisórios dentro do segmento.
Acidentes aéreos são de responsabilidade, inicialmente, das companhias aéreas.

O seguro para ocorrências de terceiros contratado pela LaMia é de US$ 25 milhões (R$ 87 milhões), inferior ao US$ 1 bilhão (R$ 3,4 bilhões) que as empresas do setor costumam acertar em coberturas amplas.

Sobreviventes

Os seis sobreviventes do acidente  tiveram melhora no estado de saúde ontem (1º). Quatro deles – os brasileiros Neto, Follmann e Alan Ruschel, jogadores da Chapecoense, e o jornalista Rafael Henzel – estão internados em diferentes hospitais de Medellín desde terça-feira.

Jorge Pagura, presidente da Comissão de Médicos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visitou as vítimas ontem. “Estão estáveis, apesar da gravidade. Estão sendo muito bem atendidos, mas decidimos que vamos concentrar todos na Fundación San Vicente. Isso vai facilitar o contato dos médicos numa equipe e ajuda na logística dos parentes”, afirmou.

Pagura acredita que a transferência para o mesmo hospital de Medellín deverá ocorrer até amanhã.

Segundo a TV Globo, o jornalista Rafael Henzel abriu os olhos e tentou se comunicar. O zagueiro Neto, o goleiro Follmann e o lateral Alan Ruschel também evoluíram.

Follmann, que havia amputado a perna direita, não vai precisar amputar a esquerda.

Além dos quatro brasileiros, dois bolivianos que faziam parte da tripulação estão entre as vítimas. A auxiliar de voo Ximena Suárez e o técnico de aeronave Erwin Tumiri também apresentaram melhora no estado de saúde.

Os bolivianos são os únicos que não estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo Ana Maria Gonzalez, diretora da clínica, Erwin pode receber alta hoje ou amanhã para retornar à Bolívia. Ximena deve ficar mais tempo para se recuperar de lesão no pé direito.

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