O governo de Michel Temer (PMDB) começou nesta quarta (19) a promover as primeiras trocas de cargos para garantir votos no plenário da Câmara contra a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), segundo a qual o presidente cometeu crime de corrupção passiva no exercício do cargo.
O Diário Oficial da União desta quarta traz uma exoneração para punir uma “traição” e, segundo a reportagem apurou, três nomeações de indicados por apoiadores de Temer na Câmara. Como a Folha de S.Paulo informou, foi publicada a exoneração de Thiago Martins Milhim da direção do departamento de administração da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Trata-se de uma punição à deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que votou contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na semana passada.
Por outro lado, o PSC, partido de André Moura (SE), líder do governo no Congresso, foi agraciado com a nomeação de dois indicados para ocupar diretorias da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência): Matheus Belin e Antônio Ricardo de Oliveira Junqueira.
Auxiliares de Temer informaram que também foi nomeado um indicado do deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Roberto Postiglione de Assis Ferreira Junior foi nomeado para o cargo de diretor de planejamento e avaliação da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste).
A base aliada vinha pressionando o Planalto desde a aprovação do parecer favorável a Temer, para que se começasse a distribuir os cargos dos traidores aos que se mantiveram fiéis. Em conversas reservadas, o peemedebista avaliou que, diante do momento delicado, o Planalto deveria continuar negociando com os parlamentares governistas, mesmo com aqueles que votaram pelo prosseguimento da acusação na CCJ. Por isso, somente o Podemos foi punido até o momento.