
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou o presidente Jair Bolsonaro de “irresponsável” por fazer campanha para pessoas saírem às ruas. O chefe do Executivo federal tem se manifestado contra ações de governadores de fechar comércios e recomendar o isolamento das pessoas.
Doria relatou que tem recebido “centenas” de mensagens e dezenas de “telefonemas chulos e com xingamentos” por causa das medidas adotadas para combater a pandemia do novo coronavírus. Nesta manhã, o governador registrou ocorrência por ameaças e injúrias.
“Ações orquestradas não apenas por robôs, mas partidas, certamente, do gabinete do ódio em Brasília, que só tem produzido erro, bobagens e instabilidade. Depois das 22h30, comecei a receber ameaças mais duras, de agressão, de constrangimento e ameaças de invasões à minha casa”, afirmou.
Novas manifestações contrárias ao governador ocorreram na tarde desta sexta-feira (27), durante a entrevista coletiva para anúncio de medidas de combate à pandemia. “Não tenho medo de bolsominions, agressores e de cara feia. Não tenho medo de Bolsonaro”, disse.
INDIGNAÇÃO
Doria afirmou que governadores ficaram indignados com a campanha lançada pelo governo federal contra o isolamento social. “Embora os 27 não tenham se manifestado, todos que fizeram estavam indignados. Essa é a palavra em relação às medidas esdrúxulas e irresponsáveis”, afirmou em entrevista coletiva.
Sobre protestos contra a quarentena, Doria afirmou que não irá mudar o comportamento em relação às medidas que tem adotado para conter a transmissão do vírus. O governador disse ainda que continuará fazendo o necessário para reduzir o número de vítimas e manter empregos. O Estado de São Paulo tem o maior número de casos e mortes pela covid-19 registrados no país.
“Estamos em uma guerra, perigosa e com muitas vítimas. Porém, uma guerra com fim determinado, as pessoas precisam entender isso, diferentemente de um conflito armado. Essa guerra da saúde terá um fim e estamos todos trabalhando para que seja mais breve o possível. Antecipar o seu fim irresponsavelmente não vai concluir a guerra, vai ampliar as vítimas”, disse.