
Clientes da Enel em Diadema, além de sofrerem com os altos valores das contas, têm passado horas embaixo de sol para conseguir atendimento presencial na agência localizada na região central da cidade, aberta das 9h às 15h. A maioria dos que aguardam na longa fila reclama que as cobranças dos últimos meses – período de pandemia – triplicaram de valor e busca revisão por parte da companhia.
A fila começa a se formar logo pela manhã. Tarciso Salvador Couto, 65 anos, afirmou que perto das 9h já havia 145 pessoas à espera de atendimento na unidade, e que idosos e gestantes ficam na calçada por horas aguardando ser chamados.
“Ficamos horas aqui fora aguardando sem comer, tomar água e em pé. Na última sexta-feira (7) estive aqui. Cheguei antes das 9h e depois de horas no sol pedi para entrar e tomar um pouco de água, mas um rapaz que fica na porta me impediu. Disse que como tinha senha só na hora que eu entrasse poderia beber água. Um desrespeito”, destacou Couto, ao afirmar que após “muita confusão” conseguiu entrar e usar o banheiro.
Tarciso Salvador estava em busca de uma solução para a conta de energia que de R$ 36 subiu para R$120 de um mês para o outro e, em agosto, aumentou para R$ 210. “Nesta pandemia não passou ninguém medindo. Como podem adivinhar o que está no relógio? Isso revolta todo mundo”, pontuou.
A declaração de Couto foi corroborada por Geane Ferreira dos Santos. “Aqui, a única que coisa que dizem é que temos de fazer acordo se não vão desligar (a energia). Não tem jeito. Como você fica com medo de corte, acaba negociando. Tenho minha mãe com 70 anos dentro de casa. Como você fica sem luz? Eu pagava R$ 100, agora a conta veio com valor de R$ 300. É o cúmulo essa alta”, afirmou.
OUTRO LADO
Questionada, a Enel não esclareu o motivo da ausência de atendimento preferencial nas unidades. Informou, por meio de nota, que “reabriu os locais no último dia 3, cumprindo com a determinação da agência reguladora e respeitando os decretos municipais e estadual em relação à flexibilização e necessidade de distanciamento social por causa da pandemia. Vale reforçar que, também em razão da pandemia do coronavírus, a empresa precisou redimensionar o atendimento dentro das lojas para limitar a quantidade de pessoas no espaço e garantir o distanciamento social”, afirmou .
À reportagem, consumidores que passaram por atendimento afirmam que o interior da loja está vazio. “Tem um fila enorme aqui fora e cadeiras vazias dentro da agência. É um desrespeito total”, afirmou a diademense, que não quis se identificar.
A empresa informou, ainda, que reforçou o atendimento, com funcionários atuando fora da loja para tirar dúvidas dos clientes e realizar alguns tipos de serviço. Segundo a companhia, as agências passaram a abrir também aos sábados, das 9h às 15h, e outras melhorias serão implementadas nos próximos dias.