
Na próxima segunda-feira (16), as 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Diadema darão início à primeira fase de Busca Ativa de Casos de Tuberculose. Até o dia 30, as equipes de saúde orientarão os moradores e avaliarão pessoas com sinais da doença, como tosse há mais de três semanas. A busca ativa faz parte das ações de controle da doença e o período da primeira fase coincide com o Dia Mundial de Combate è Tuberculose (24). Durante o ano, está prevista mais uma ação como esta no segundo semestre.
Além da tosse prolongada, febre baixa, cansaço excessivo, sudorese noturna, rouquidão, falta de apetite e perda de peso podem indicar a infecção pelo Bacilo de Koch (BK). A tuberculose (TB) atinge principalmente o pulmão, mas pode acometer também ossos, rins e meninges. Aqueles que estiverem com os sintomas devem colher dois exames para diagnóstico. Se confirmada a tuberculose, o acompanhamento supervisionado deve ser iniciado imediatamente na UBS.
As pessoas do convívio do paciente também precisam ser avaliadas, priorizando crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos. “Essa medida é importante para realizar diagnóstico precoce ao examinar todos os sintomáticos respiratórios e/ou contatos domiciliares e, assim, iniciar precocemente o tratamento dos casos, eliminando a cadeia de transmissão da doença”, afirma a médica sanitarista e coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose em Diadema, Iriane Maria Sammarone Henriques.
Na maioria das vezes, o organismo resiste e a pessoa não fica doente. “Mesmo que o organismo resista no momento, o micróbio fica “guardado” e a pessoa pode adoecer anos mais tarde, se estiver enfraquecida ou desgastada pelo alcoolismo, aids, diabetes, câncer e outras doenças. Apenas um pequeno grupo de pessoas pode ter a doença logo após o contato com o bacilo. Em geral, isso acontece com pessoas debilitadas, crianças e idosos”, explica a coordenadora.
Tratamento premiado
Em Diadema, 99 moradores estão em acompanhamento para curar a TB. Após o diagnóstico, o tratamento é feito com antibióticos e dura, no mínimo, seis meses. Apenas pessoas com a doença no pulmão e que eliminam o bacilo no ar transmitem a tuberculose. Quem tem TB em outras partes do corpo não transmite a doença, porque não elimina os bacilos de Koch pela tosse.
“É importante ressaltar que os doentes em tratamento não oferecem perigo de contágio, pois o risco diminui a cada dia de tratamento. Tomando os medicamentos corretamente, com 15 dias, é muito provável que o paciente não esteja mais eliminando os bacilos”, esclarece Iriane. A interrupção do tratamento pode resultar na reincidência da doença de forma mais intensa.
Desde 2006, o município é reconhecido pelo Fórum Estadual de Tuberculose por apresentar índices de cura maiores de 85%. Em 2019, pela 14ª vez consecutiva, Diadema recebeu o prêmio “Qualidade nas Ações de Controle da Tuberculose”, promovido pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de São Paulo.
Além da busca ativa, as ações desenvolvidas no município são tratamento observado com entrega de incentivos aos pacientes, exames para diagnóstico e controle, dispensação gratuita de medicamentos específicos para a doença, além de avaliação dos comunicantes de casos de tuberculose.