No mês da Consciência Negra, novembro, Diadema realiza programação especial com eventos que ressaltam a importância da cultura afrodescendente no país e o quanto está presente nos campos das artes e da criatividade. Comemorado em 20 de novembro, o dia foi oficializado nacionalmente para lembrar a morte de Zumbi, negro e líder do Quilombo dos Palmares que morreu em 1695 lutando por liberdade.
“Kizomba, Consciência Negra – Diadema no Centenário do Samba, Negritude em Festa” é o tema escolhido para viabilizar essa série de ações artísticas que acontece nos centros culturais da cidade. A maioria dos eventos tem entrada gratuita.
O tema é também uma homenagem ao Samba, ritmo musical criado por negros no Brasil e que este ano completa cem anos do seu surgimento. Considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras, em 2005 o Samba tornou-se Patrimônio da Humanidade, titulo concedido pela Unesco.
A grade de apresentações é composta de várias atrações. Dentre as quais o show da banda mineira Berimbrown, no próximo dia 18, no Teatro Clara Nunes; palestra com o fotógrafo Marco Aurélio Olimpo abordando o negro no contexto do cancioneiro popular, dia 16, na Biblioteca Olíria de Campos Barros, e exposição no MAP Diadema com trabalhos de artistas consagrados.
Serão realizados ainda saraus literários, exibições de animação e de documentário sobre a cantora Leci Brandão. No Cine Eldorado o público poderá assistir na Sessão Spike Lee a dois filmes do cineasta americano que ao realizar seus trabalhos põe foco na questão racial.
Outra homenageada é escritora Carolina de Jesus que é motivo de exposição na Biblioteca Olíria de Campos Barros. Haverá também contação de história, roda de leitura, teatro e apresentação de ritmistas e passistas da escola de samba Eldorado Estação do Samba.
Para quem gosta de desenvolver atividade em grupo, a oportunidade é participar da oficina Confecção e História da Boneca Abayomi ministrada pela arte-educadora Maria Dias. O curso acontece nos centros culturais Promissão e Wladimir Herzog e a proposta é mostrar que cada pessoa pode fazer sua própria boneca, desmistificando a cultura da industrialização e valorizando a peculiaridade de ser ela, a boneca, uma peça única. “Feita de nós em panos a boneca se torna um símbolo de empoderamento e resgate da história de quem a faz, seja ela criança ou adulto”, ressalta Maria Dias.
Abayomi que dizer em Iorubá “encontro precioso que traz felicidade” . As primeiras bonecas foram confeccionadas por mães escravas que viajavam em navios negreiros vindos da África para o Brasil. Para acalentar os filhos as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuletos.
Informações sobre a programação: http://www.diadema.sp.gov.br/dmp/comunicacao/Comunicacao/Site2/agenda_novdez_site.pdf
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