A CPI criada na Assembleia Legislativa de São Paulo para apurar fraudes na merenda escolar termina na próxima terça (13) com a votação do relatório final. O texto propõe indiciar membros da cooperativa suspeita, dois servidores da Assembleia e um ex-chefe de gabinete da Casa Civil. Políticos ficaram fora.
Um dos políticos citados por delatores é o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB). “Cumpre salientar que não se reuniram quaisquer indícios de participação do deputado Fernando Capez e de outros agentes políticos nos fatos aqui apurados”, afirma o relatório do deputado Estevam Galvão (DEM), integrante da base do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
O texto propõe encaminhar ao Ministério Público indícios de práticas de crimes supostamente cometidos por dez membros da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) e um lobista da entidade, Marcel Ferreira Julio. Também são apontados indícios contra dois ex-assessores de Capez – Jéter Pereira e José Merivaldo dos Santos- e Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil.
O relator da CPI escreveu que o nome do presidente da Assembleia foi usado indevidamente para o cometimento de atos ilícitos – como, desde o início, Capez tem dito.
Sobre Moita, o relatório diz que ele, “na condição de chefe de gabinete da Casa Civil, usou de sua influência em razão da função para buscar interferências em favor da Coaf junto à Secretaria de Educação e à Junta Comercial”. Moita foi pego em grampos da Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro deste ano, orientando pessoas ligadas à Coaf sobre como aumentar seus ganhos no contrato com o governo paulista.