
As séries A1, A2 e A3 do Campeonato Paulista estão interrompidas por tempo indeterminado a partir de hoje (17) por causa da pandemia de Covid-19, como é chamada a doença provocada pelo novo coronavírus. A decisão foi tomada durante reuniões realizadas com representantes dos 48 clubes (16 por divisão), na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), na Capital.
Também participaram das reuniões representantes da Federação Nacional e do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo (Fenapaf/Sapesp).
A décima rodada do Paulistão terminou ontem, com o jogo entre Guarani e Ponte Preta, que foi realizado no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, sem a presença da torcida.
Na última sexta-feira, a FPF já havia fechado os portões dos estádios na Capital para evitar aglomerações. Os jogos São Paulo x Santos e Corinthians x Ituano foram disputados sem presença de torcedores.
Na Série A1, que tem Santo André e Água Santa como representantes do ABC, foram disputadas dez das 12 rodadas da primeira fase. Ramalhão (dono da melhor campanha, com 19 pontos) Santos, São Paulo e Red Bull Bragantino lideram seus respectivos grupos.
Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos votaram pela paralisação, mas outros clubes defenderam a antecipação das duas rodadas finais da primeira fase, preocupados com a possibilidade de ter de estender os contratos com os atletas. Porém, foram convencidos da necessidade da suspensão e, com isso, a decisão foi unânime.
“O futebol dá um exemplo preocupado com a saúde pública e tentando contribuir para que a gente, de forma conjunta, possa passar por esse momento difícil”, afirmou o vice-presidente da FPF, Mauro Silva.
“Parar o futebol é medida sensata que vai ao encontro da preocupação social”, disse o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
A Série A2, que tem São Bernardo e São Caetano como representantes da região, realizou 12 das 15 rodadas da primeira fase. A competição tem o Tigre na liderança – o time do ABC alcançou a primeira posição ao derrotar o Monte Azul por 1 a 0 no último sábado, no estádio Primeiro de Maio.
Por fim, a Série A3 realizou 11 das 15 rodadas da primeira fase. A competição tem o Noroeste como líder e único classificado aos mata-matas. Único representante do ABC, o Esporte Clube São Bernardo ocupa a vice-liderança.
No domingo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) havia anunciado a suspensão das competições sob sua organização. Em relação aos campeonatos regionais, a entidade afirmou que respeita a autonomia das federações estaduais e que, portanto, cada uma é livre para decidir o que fazer com seus torneios.
Ainda na última sexta-feira, o Ministério da Saúde recomendara a suspensão, o cancelamento ou a adoção de portões fechados nos eventos esportivos. Além de São Paulo, os estádios não receberam público no fim de semana no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Vários eventos esportivos pelo mundo vêm sendo adiados ou cancelados. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou na última quinta-feira que a Copa Libertadores está suspensa. As duas primeiras rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, também foram adiadas.
No Velho Continente, a Uefa suspendeu jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Além disso, as principais ligas nacionais de futebol também foram suspensas.
Corintiano Luan tem suspeita de coronavírus e fica em observação
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, disse aos outros dirigentes presentes à reunião na sede da Federação Paulista de Futebol que o atacante Luan se queixou nos últimos dias de dores de cabeça, um dos sintomas do novo coronavírus.
O meia apresentou melhora e não deve realizar o teste para saber se foi infectado, mas ficará em observação.
Sanchez citou o caso de Luan quando defendia a paralisação imediata do Campeonato Paulista. Alguns dirigentes levantaram a possibilidade de que as duas rodadas finais da fase de grupos fossem adiantadas para amanhã e domingo a fim de que a pausa no Estadual acontecesse a partir da semana que vem, com os classificados ao mata-mata já definidos.
Sanchez e o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, foram os mais contundentes na argumentação a favor da paralisação. Após o corintiano citar o caso de Luan, todos os dirigentes aceitaram a interrupção.