Com desempenho instável no Campeonato Brasileiro, o Corinthians enfrenta o Coritiba hoje (14), às 21h45, no Couto Pereira, para tentar pôr fim à sina que o incomoda na competição: a de ser um time de um só tempo.
Desde que o técnico Cristóvão Borges assumiu o comando da equipe, em junho, os corintianos atuaram 15 vezes no Nacional. Em sete destas partidas, o desempenho do time oscilou muito entre um tempo e o outro.
Nos dois últimos jogos, por exemplo, a diferença no modo de atuar antes e depois do intervalo foi determinante para o resultado final.
Contra o Sport, na quinta, após passar sufoco em um primeiro tempo sem gols, o alvinegro atropelou o adversário na segunda etapa e venceu o jogo por 3 a 0.
No duelo contra o Santos, no domingo o cenário foi o oposto. O Corinthians foi superior na primeira etapa, abriu o placar e poderia ter feito mais. Acabou não matando o jogo e, no segundo tempo, tomou a virada.
Pior, viu o rival encostar na tabela de classificação. Hoje, o time corintiano é o quarto, com 40 pontos, um a mais do que o Santos.
“Contra o Santos, o jogo esteve para nós e escapou”, disse Cristóvão após o clássico. “Permitimos a virada, mas fizemos coisas boas.”
Parte das oscilações da equipe pode ser creditada às mudanças táticas feitas pelo treinador do alvinegro.
Se Cristóvão foi considerado um dos grandes responsáveis pela vitória corintiana sobre o Sport, ao promover a estreia do centroavante Gustavo e dar mais ofensividade ao time, foi chamado de vilão por parte da torcida após o clássico alvinegro.
Contra o Sport sacou o volante Cristian e colocou o atacante recém-contratado no intervalo da partida, que caminhava para um empate.
Diante do Santos, Borges sacou durante a etapa complementar o atacante Gustavo e colocou o meia Marquinhos Gabriel. Após sofrer o empate, tirou o meia mais ofensivo Giovanni Augusto para colocar Willians, que tem a marcação como ponto forte. O clube da baixada aproveitou o recuo do rival e passou a dominar a partida.
Contra o Santa Cruz, pela 11ª rodada, Chapecoense (14ª), Atlético-PR (18ª) e Vitória (21ª), o Corinthians viveu situação semelhante.
Em um dos casos mais emblemáticos, contra o Flamengo, pela 13ª rodada, a equipe foi inferior no primeiro tempo, mas deslanchou na segunda etapa e goleou o adversário por 4 a 0.
Em parte, a perda de atletas importantes também prejudica a regularidade da equipe. Após o título do Brasileiro, em 2015, o Corinthians sofreu o primeiro desmanche. Nesta temporada, outros atletas – como Luciano, André, Bruno Henrique e Elias – também deixaram o clube.
“A oscilação é natural em um time que foi completamente desmanchado”, afirma o colunista da Folha de S.Paulo Paulo Vinícius Coelho.