O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, mostrou-se preocupado com a segurança dos torcedores na Arena Corinthians. A declaração do dirigente diz respeito ao vazamento de mais de 10 milhões de litros de água encontrado no estádio e que, teme-se, pode ocasionar um deslizamento de terra na área, segundo revelou a Folha de S.Paulo ontem (1º).
“Sempre é preocupante. Estamos conversando com a Odebrecht (construtora do estádio) para que avalie a situação, para que diga se há riscos, se há mesmo o problema”, disse Andrade.
Além disso, também há preocupação no clube com a queda de pedaços de teto em alguns locais do estádio. Lâminas de porcelana de 3 mm de espessura, com três metros por um de comprimento, já caíram no setor norte da arquibancada e até mesmo dentro do gramado.
Os incidentes aconteceram em dias sem jogos, em áreas onde costumam circular pessoas. “Você fala em desabamento… Ninguém sabe, todo mundo fala e todo mundo é leigo. Eu não sou engenheiro. Quem vai falar é a engenharia”, disse Andrade à reportagem após o sorteio dos grupos do Campeonato Paulista de 2017, ontem.
“Não tenho opinião (sobre o vazamento). Quem tem que atestar isso é a construtora. Só eles podem dizer se tem problema ou não. O estádio foi construído pela Odebrecht”, disse, acrescentando que o Corinthians já pediu explicações à empresa.
Procurado ontem (1º), Rogerio Mollica, diretor jurídico do clube, disse que o Corinthians elaborava um questionamento formal para enviar à construtora.
“É uma questão técnica. O departamento jurídico não tem condições de analisar. Vamos indagar a Odebrecht para que responda formalmente se há risco (de deslizamento). Estamos elaborando o documento e devemos enviá-lo rapidamente”, disse.
A prefeitura afirmou em nota que vistoriou o estádio e não constatou riscos. “A Prefeitura informa que há 15 dias procedeu a uma vistoria com engenheiro fiscal e Defesa Civil na Arena Corinthians. Não foi constatado nenhum risco. O subprefeito Maurício Luis Martins intimou o clube para que apresente no prazo regulamentar (30 dias) um laudo sobre a reforma no estacionamento.”
O temor do clube é que um deslizamento possa atingir a Radial Leste, principal via na zona leste da Capital.
O incidente poderia ocorrer em razão de vazamento de água no estacionamento. O caso foi descoberto em junho de 2016. Um ano antes, a administração do estádio foi alertada pela Sabesp sobre consumo excessivo de água.
A Odebrecht, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não comentará o assunto.