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Conferência das Farc aprova acordo de paz com governo colombiano

Grupo acordou a entrega gradual das armas. Foto: Arquivo

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram ontem (23) que aprovam o acordo de paz a que chegaram as equipes negociadoras do governo colombiano e da guerrilha, no último mês, em Havana. “Informamos ao país, aos governos e povos do mundo que os guerrilheiros e guerrilheiras delegados a esta conferência deram respaldo unânime ao que foi acordado em Havana”, disse Iván Márquez, um dos principais líderes da guerrilha. “É importante reforçar aqui que não há vencedores nem vencidos, foi a Colômbia quem venceu, e a América Latina”, afirmou Márquez.

Agora, os próximos passos serão a assinatura formal do documento –em cerimônia a ser realizada em Cartagena nesta segunda-feira (26)– e o plebiscito, no domingo seguinte (2), quando os colombianos irão às urnas para decidir se o acordo deve ou não ser implementado.

Reunidas desde o último sábado (17), num acampamento nos Llanos del Yarí, próximo a San Vicente del Caguán (sul), a guerrilha debateu os pontos do acordo.

Também foram realizadas rodadas de esclarecimentos, em que os líderes explicaram à militância como será o deslocamento para as 20 “zonas de segurança” espalhadas pelo país e a entrega gradual das armas, com observação das Nações Unidas.

As Farc decidiram também que, até maio de 2017, lançarão o partido com o qual pretendem disputar as próximas eleições legislativas e presidenciais, em 2018.

Se o acordo for aprovado, a guerrilha poderá ocupar cinco cadeiras na Câmara de Deputados e cinco no Senado. Se não conseguir eleger essa quantidade de representantes por meio do voto direto, ainda assim poderá escolher membros para ocupar esses postos.

Para esse processo, Márquez explicou que o Estado Maior Central, cúpula das Farc, passaria agora de 31 para 61 membros, para que possam estabelecer seu programa político, antes de apresentá-lo aos colombianos.

O partido das Farc terá esse mesmo benefício das 10 cadeiras garantidas no Congresso também na legislatura seguinte, a que se inicia em 2022. Depois disso, apenas poderão ocupar postos que obtenham por voto direto.

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