
Começou a contagem regressiva para o Carnaval, maior festa popular do país. Com a folia, cresce a demanda por fantasias, máscaras, confetes e outros acessórios. No ABC, os desfiles oficiais não são realizados desde 2017, mas o comércio está otimista com o faturamento do período.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL), por exemplo, projeta alta de 5% nas vendas no varejo da região em comparação ao mesmo período de 2019. O tíquete deve variar entre R$ 50 e R$ 100.
Nem mesmo o fato de o início do ano ser marcado pelo pagamento de contas – como IPVA, IPTU e material escolar – reduz o otimismo do setor.
A aposta do comércio está na proximidade do ABC com a Capital, onde quase 700 blocos vão desfilar até meados de março. A cidade espera receber 15 milhões de foliões.
“Incluir itens sazonais, como fantasias, máscaras, serpentinas e confetes, para chamar a atenção dos clientes é excelente oportunidade para alavancar as vendas”, comentou em nota o presidente da FCDL, Maurício Stainoff.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima em R$ 8 bilhões o faturamento com atividades relacionadas ao Carnaval neste ano. Além do varejo, setores como hospedagem e alimentação também devem ser beneficiados.
O Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do ABC (Sehal) prevê aumento de 10% nas receitas do setor no período em relação o ano passado. A entidade aposta na grande diversidade de bares e restaurantes da região.
“Por ser um feriado prolongado muitos acabam viajando, mas uma parcela das famílias permanece em suas cidades e gasta com consumo local. No ABC, os moradores contam com cardápio gastronômico que não deve nada para qualquer localidade, nem mesmo para a vizinha Capital”, comentou o presidente do Sehal, Beto Moreira.
TRIBUTAÇÃO
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de São Bernardo (Acisbec), Valter Moura Júnior, lamentou a elevada carga tributária incidente nos produtos carnavalescos – que, em alguns casos, supera os 70%.
“O consumidor precisa saber que o preço é elevado porque é baseado na tributação imposta pelo governo e não por uma escolha do comerciante”, explicou Moura Júnior.
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que o colar havaiano tem 45,96% de tributação, o spray de espuma tem 45,94% e o confete, 43,83%. Entre as bebidas, a carga tributária é ainda mais pesada: na caipirinha, por exemplo, chega a 76,6%.