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Com cinco derrotas nas urnas, PT sofre revés histórico

Carlos Grana e Donisete Braga, que vão disputar o 2º turno, devem enfrentar dificuldades em tempos de movimentos anti-PT. Fotos: Eberly Laurindo

Com cinco candidatos ma­joritários derrotados nas urnas, o PT sofreu neste domingo (2) revés histórico no ABC – considerada o berço e um dos principais redutos do partido no país. Mesmo nas cidades onde conseguiu avançar para o segundo turno da votação – Santo André e Mauá –, a legenda vai enfrentar grande dificuldade em angariar apoios para manter-se no poder, em tempos de forte movimento anti-PT.

Candidatos pela le­gen­da, os prefeitos Donisete Braga (Mauá) e Carlos Grana (Santo André) sofreram para prosseguir na disputa pelo Paço. Braga, por exemplo, obteve a metade dos votos conquistados pelo primeiro colocado, Atila Jacomussi (PSB). Em Santo André, Grana avançou para o segundo turno com cerca de 51 mil votos a menos do que o primeiro colocado, Paulinho Serra (PSDB). Tanto em Santo André quanto em Mauá, a tendência é de que os terceiros colocados no primeiro turno anunciem apoio aos adversários do PT na segunda etapa.

Uma das derrotas mais sentidas pela sigla neste domingo ocorreu em São Bernardo – cidade em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou sua trajetória política e onde a legenda governou pelos últimos oito anos, sob comando do prefeito Luiz Marinho (PT). Em 2012, Marinho chegou a garantir reeleição logo no primeiro turno, com larga vantagem sobre o segundo colocado, o deputado federal Alex Manente (PPS). No pleito deste ano, o popular-socialista desbancou o representante petista na corrida pelo Paço, Tarcísio Secoli (PT), e disputará o segundo turno com o deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

Em Diadema, esta será a primeira vez – desde que o PT foi fundado – que o partido não disputará o segundo turno da eleição municipal. Representante da legenda, o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), ficou na terceira posição, com apenas 16,37% dos votos. Em São Caetano, o candidato petista Márcio Della Bella (PT) não chegou a registrar 1% dos votos. Em Ribeirão Pires, o vereador Renato Foresto ficou em quarto lugar, enquanto em Rio Grande da Serra, o candidato Claudinho da Geladeira (PT) chegou em segundo lugar, sendo derrotado pelo atual prefeito, Gabriel Maranhão (PSDB).

Cadeiras 

Além dos revezes nas candidaturas majoritárias, o PT sofreu encolhimento de 44,83% em suas bancadas nas Câmaras da região. Em 2012, foram 29 vereadores petistas eleitos nas sete cidades. Na eleição deste ano, o número de cadeiras do PT foi reduzido para 16. A maior queda aconteceu em Mauá, onde o partido viu sua bancada ser reduzida de cinco para apenas um vereador.

Para Claudinho da Geladeira, que responde pela coordenação da Macro ABC do PT, é cedo para fazer avaliações sobre o momento do partido. “Em Rio Grande, por exemplo, trabalhamos em uma campanha propositiva, mas no dia da votação houve muita sujeira e boca de urna. Parecia que a lei eleitoral não existia. Acredito que o partido ainda precisa se reunir. É cedo para fazer avaliações e projeções”, disse.

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