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Cid Gomes é baleado durante protesto no Ceará

Cid Gomes é atingido por disparo em Sobral
Segundo boletim médico divulgado pelo Hospital do Coração da cidade, Cid Gomes está lúcido e respirando sem auxílio de aparelhos. Foto: Agência Brasil

O senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE), de 56 anos, foi atingido por dois tiros de pistola durante um protesto de policiais militares em greve em Sobral, no interior do Ceará, na tarde de quarta-feira, 19.

No momento em que foi baleado, Cid dirigia um trator e tentava avançar na direção do portão de um quartel da Polícia Militar tomado por agentes grevistas. Cid passou por atendimento médico na cidade e, até a noite de ontem, estava consciente, segundo boletim médico do Hospital do Coração de Sobral.

O Estado apurou que Cid foi atingido por dois tiros de pistola calibre .40, arma padrão das Polícias Militares. O comando da PM do Ceará está tratando o caso como tentativa de homicídio. Os disparos atingiram a região do tórax, segundo o Hospital do Coração de Sobral, onde Cid foi operado. Em boletim divulgado por volta das 20h, o hospital disse que o senador respira sem ajuda de aparelhos. Seu quadro cardíaco e neurológico não apresentou alteração após os ferimentos.

No Twitter, Ciro Gomes disse que seu irmão não corre risco de morte. “Espero serenamente, embora cheio de revolta, que as autoridades responsáveis apresentem prontamente os marginais que tentaram este homicídio bárbaro às penas da lei”, afirmou o candidato derrotado à Presidência em 2018.

Salário

A tensão do governo do Estado com os policiais militares começou diante de uma demanda por reajuste salarial. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou nesta quarta ter solicitado ao governo Jair Bolsonaro o apoio de tropas para reforçar a segurança no Estado, após quatro batalhões da Polícia Militar serem atacados. Os ataques foram feitos por pessoas encapuzadas, mas há suspeita de que os responsáveis sejam policiais (mais informações nesta página).

Os ataques teriam ocorrido por falta de um acordo entre o governo do Estado e os policiais e bombeiros sobre o reajuste salarial. De acordo com o representante das categorias da segurança pública na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado Soldado Noelio (PROS), muitos policiais se manifestam com o rosto coberto. “Não temos como afirmar quem é o responsável por essas ações de vandalismo. Eles estão cobrindo os rostos, temendo punições por parte do governo”, completa. Os policiais também optaram por não se pronunciar sobre os movimentos de paralisação.

Apoio

Por volta das 15h15 de ontem, o senador publicou um vídeo em seu perfil no Twitter, criticando os protestos feitos por policiais. “Estou chocado ao ver cenas de quem deveria dar segurança para o povo e está promovendo a insegurança, a desordem. Não consigo me conformar com isso”, disse Cid. Em seguida, no vídeo, o político pede que eleitores o recebam no aeroporto da cidade.

O ataque a Cid gerou repercussões no governo e no mundo político O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que “está acompanhando a situação no Ceará”. Segundo o ministério, equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal foram enviadas a Sobral “para garantir a segurança do senador Cid Gomes”.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou nota em que disse acompanhar “com preocupação” os desdobramentos. “Entrei em contato com o ministro da Justiça e com o governador do Ceará para obter informações e garantir a segurança do parlamentar”, disse Alcolumbre, na nota.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou em uma rede social que Cid não teve “o mínimo de inteligência” para lidar com os policiais grevistas do Ceará. A postagem vinha acompanhada com um vídeo do momento em que Cid é baleado e foi apagada do perfil do deputado minutos depois. Procurado, ele não respondeu porque apagou o tuíte.

Em nota, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública condenou o confronto que terminou com o ataque contra Cid. “É igualmente condenável que viaturas policiais circulem com agentes mascarados aterrorizando a população e ordenando o fechamento de estabelecimentos comerciais”, diz a nota. “Por mais legítimas que sejam as demandas salariais, é inadmissível que maus policiais disseminem medo.

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