No primeiro pregão do ano, após a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a Bolsa brasileira viveu dia de euforia e bateu recorde ao ultrapassar os 91 mil pontos. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 3,56% impulsionado pelo bom humor com as declarações da nova equipe econômica. O otimismo também alcançou o dólar, que descolou das demais moedas emergentes e recuou 1,83%, cotado em R$ 3,80, menor patamar desde 21 de novembro.
O principal motivo para a euforia no mercado foi o fechamento de apoio da bancada do PSL, partido de Bolsonaro, à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Presidência da Câmara. Na avaliação dos investidores, se confirmada, a medida poderá facilitar a tramitação de agendas importantes para o governo, em especial a reforma da Previdência.
“Surpreendeu, logo após a posse de Bolsonaro, o anúncio do apoio do PSL à reeleição de Rodrigo Maia”, disse Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento. “Um dos medos do mercado era de que o governo não conseguiria negociar com a base, mas demonstrou habilidade política”, acrescentou.
O discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia de transmissão de cargo também foi positivo. Guedes afirmou que é preciso fazer a descentralização de recursos para Estados e municípios, de forma que Brasil reassuma característica de República Federativa. O ministro destacou ainda que a reforma da Previdência é a principal prioridade do governo.
O discurso ajudou a turbinar as ações das estatais. A Eletrobras fechou o dia em alta de 20,72% (ON) e 14,52% (PNB). Banco do Brasil e Petrobras tiveram desempenho mais modesto, mas também positivo. Na esteira da política mais favorável à liberação da posse de arma do novo governo, as ações da Forjas Taurus lideraram entre as maiores altas do mercado.