Conforme amplamente esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve pela quinta vez a taxa Selic em 6,5% ao ano, no menor patamar histórico em que foi colocada em março deste ano.
De 43 estimativas coletadas pela agência Bloomberg, apenas duas previam alta nesta reunião, para 6,75%.
No atual patamar, a taxa é considerada expansionista, capaz de estimular a economia, que tem dificuldades de se recuperar após a crise iniciada em 2014.
Analistas destacaram que a inflação passou a se acelerar de forma mais rápida que o esperado nos últimos meses, mas o movimento deve se arrefecer a partir de novembro.
Em 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, alcançou 4,53%, próximo do centro da meta, que é de 4,5%. A alta foi puxada pela subida dos combustíveis.
Havia a preocupação com a valorização do dólar, que chegou a alcançar os R$ 4,20 em setembro. O desenrolar da disputa eleitoral com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), candidato considerado pró-mercado, fez a moeda americana voltar ao nível de R$ 3,70, o que diminuiu a expectativa de repasse para os preços.
O BC vinha afirmando que o repasse cambial aos preços deveria ser atenuado pela atividade econômica fraca e pela ociosidade das empresas, e que só reagiria com alta dos juros caso visse piora no cenário para a inflação.
Em relatório, o BTG Pactual ressaltou que a pressão sob a inflação deveria se dissipar em breve. “Também é importante mencionar que a pressão sobre os combustíveis deve ser revertida em breve pelo fortalecimento do câmbio e pela queda nos preços do petróleo”, escreveu o banco.
A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa Selic volte a um patamar neutro para a economia, 8% ao ano, ao final de 2019.