Uma nova rodada de negociação entre bancários e a bancada patronal acabou sem acordo ontem (15). Diante do desfecho, os trabalhadores devem continuar a greve, iniciada em 6 de setembro.
Na reunião, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) manteve a proposta apresentada no dia 9, em que oferece reajuste salarial de 7% mais abono de R$ 3.300 a ser pago em até dez dias após a assinatura do acordo.
Na rodada anterior, realizada na última terça-feira, a entidade também não havia feito alterações na proposta.
Os trabalhadores pedem reajuste de 5% mais a inflação no período – que, até agosto, foi de 9,62% – e o equivalente a um salário mínimo de benefícios como vale refeição, vale alimentação e auxílio creche.
No décimo dia, a greve dos bancários cresceu no ABC. Ontem, 385 agências foram paralisadas na região, contra 372 no dia anterior, segundo balanço divulgado pelo sindicato da categoria. Os sete municípios abrigam cerca de 400 agências e 80 postos bancários.
Ainda de acordo com o Sindicato dos Bancários do ABC, 6.530 trabalhadores cruzaram os braços ontem, contra 6.400 no dia anterior, do total de 6.600 que compõem a categoria na região.
“Os bancos não valorizam os bancários e querem impor perdas salariais”, disse em nota o presidente do sindicato, Belmiro Moreira.
No país, a paralisação atingiu ontem 12.608 agências e 49 centros administrativos – ou 54% das agências do país, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ligada à Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT).
No ano passado
Em 2015, os bancários pararam por 21 dias e conseguiram reajuste de 10%, com ganho real de 0,11%.