
A forte queda de 31,6% na produção brasileira de veículos derrubou a importação de autopeças e insumos industriais para o setor automotivo e ajudou o ABC a voltar a ter superávit em sua balança comercial no ano passado.
Os sete municípios encerraram 2020 com saldo comercial de US$ 590,8 milhões, resultado que recolocou a região no terreno positivo após o déficit de US$ 16,4 milhões registrado em 2019, segundo dados do Ministério da Economia compilados pelo Diário Regional.
No ano passado, a pandemia do novo coronavírus afetou tanto as exportações como as importações do ABC. Os embarques para o exterior caíram 13,1%, para US$ 3,29 bilhões, pior resultado desde 2003. O saldo só foi positivo porque o tombo nas compras de outros países foi ainda maior – de 29%, para US$ 2,70 bilhões, também o pior desempenho desde 2003.
Nos dois casos, o recuo se deve à redução na atividade econômica decorrente da crise sanitária, tanto no exterior como no Brasil. A demanda por produtos importados também foi prejudicado pelo dólar, que encerrou o ano com alta de quase 30%, a R$ 5,20.
Como resultado, a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) da região caiu 21%, para pouco menos de US$ 6 bilhões, pior resultado em 17 anos. A corrente de comércio é um importante indicador de dinamismo da economia e de inserção de uma determinada região no mercado global.
A queda nas importações refletiu, principalmente, o recuo de 47,2% nas compras externas de peças e insumos para o setor automotivo, principal pauta importadora do ABC. Segundo o Ministério da Economia, essa rubrica despencou de US$ 736,5 milhões em 2019 para US$ 388,7 milhões no ano passado – como resultado da redução na produção de veículos, especialmente no segundo trimestre de 2020.
Pelo lado das exportações, os embarques de veículos e autopeças – principal pauta exportadora da região – caíram 6,2%, para US$ 1,75 bilhão. Entre os cinco produtos mais enviados por empresas do ABC também foram registradas quedas nas vendas de máquinas (-37,8%), produtos de borracha (-31,9%) e de plástico (-13,5%).
PAÍSES
A Argentina continua sendo o principal parceiro comercial do ABC. Apesar da crise no país vizinho, agravada pela pandemia de covid-19, as vendas para os “hermanos” cresceram 17%, para US$ 956,4 milhões. Porém, houve forte redução nos embarques para México (-18,5%), Chile (-31,6%) e Colômbia (-19,1%).
Com isso, a participação da Argentina no total de embarques da região cresceu de 21,5% em 2019 para 29% no ano passado. Segundo país que mais compra produtos dos sete municípios, os Estados Unidos têm participação de 12%.