
O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), estuda uma forma de cobrar de outras cidades pelo uso do aterro sanitário particular Lara, localizado no bairro Sertãozinho. A ideia é que um projeto de lei sobre o assunto seja enviado à Câmara ainda neste ano.
O espaço recebe resíduos sólidos coletados em seis dos sete municípios do ABC – a exceção é Santo André, que tem aterro próprio – e em otras cidades, como Itanhaém e São Vicente, no litoral paulista.
“Essas cidades jogam seu lixo aqui, mas Mauá não pode ser quintal delas. Esses municípios precisam contribuir. Quem sabe, no futuro, a gente possa até diminuir a taxa do lixo cobrada da população”, afirmou o socialista, em entrevista coletiva concedida ontem (5), durante a qual anunciou a revogação do decreto de calamidade financeira instituído em 6 de julho pelo governo interino de Alaíde Damo (MDB).
“O aterro recolhe ISS (Imposto sobre Serviços) para a prefeitura, mas o passivo ambiental que fica para a cidade é muito grande: gastos com saúde, com a malha viária, que não são cobertos pelo tributo”, argumentou o secretário de Finanças, Israel Aleixo de Melo.
“Além disso, o aterro tem capacidade limitada. Na medida em que a empresa recebe lixo externo, a vida útil diminui e, no futuro, isso poderá trazer problemas para Mauá”, prosseguiu o secretário.
Aleixo explicou que a prefeitura estuda a viabilidade jurídica da criação de legislação que estabeleça contrapartida financeira pelo impacto ambiental gerado na cidade pelo uso externo do aterro. Porém, ainda não se sabe, por exemplo, quem seria responsável pela compensação – a empresa ou o município.
“Estamos estudando, do ponto de vista jurídico, de quem seria a responsabilidade (pelo pagamento). O que não pode acontecer é o município arcar com esse passivo ambiental”, disse Atila, ao destacar que outra possibilidade seria o aumento na alíquota do ISS.
“Extinguir (a taxa de lixo) é difícil. Porém, com a incrementação de receita, a gente pode até reduzir o valor”, continuou.
PETROBRAS
O prefeito ressaltou ainda que, apesar de ter na cidade uma refinaria de petróleo, a Petrobras não paga royalties para a Prefeitura de Mauá, ao contrário do que ocorre com São Caetano e Barueri – que, por abrigarem distribuidoras, recebem a compensação.
“Temos um polo petroquímico que emite gases poluentes e traz gasto para a Saúde pública. No futuro, vamos pensar em uma lei para compensar essa poluição”, disse Atila.