Com o maior arco de alianças firmado para a eleição municipal de 2016, totalizando 14 partidos na base, o prefeito eleito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), garantiu que seu governo não terá cabide de empregos. “Vamos enxugar a máquina administrativa. Vamos fazer uma grande reforma administrativa na cidade. No nosso governo não vai ter cabide de empregos”, garantiu, durante coletiva de imprensa logo após a totalização da apuração das urnas.
Atila conta, além de seu próprio partido, o PSB, com PMDB, PSL, DEM; PSB, PEN, PC do B; PRP, SD, PR; PRTB, PSDC, PROS; PDT e PRB, sendo que os três últimos haviam apoiado o prefeito e candidato derrotado Donisete Braga (PT) no primeiro turno. PSDB e PSD também declararam adesão ao projeto do socialista na segunda fase do pleito.
“Nossos aliados sabem que, em primeiro lugar, está a cidade de Mauá. Não podemos realmente deixar os nossos compromissos, porque o maior compromisso que a gente tem é com o povo da cidade”, afirmou. “Vamos trabalhar muito, fazer um governo de gestão. Nossa equipe vai ser formada por técnicos. Os interesses partidários nunca vão estar em primeiro lugar no meu governo. Meu compromisso é com o povo”, completou.
Durante os debates, diversas vezes Donisete declarou que não haveria recursos para Atila executar seu plano de governo. Para o prefeito eleito, tudo é uma questão de gestão. “Se você administrar muito bem as contas, como qualquer dona de casa administra, sobra dinheiro para fazer muitas coisas na cidade. É só começar a conter gastos desnecessários”, concluiu.
De aliados a rivais
Atila Jacomussi e Donisete Braga já foram aliados. Em 2012, os dois também disputaram a prefeitura, mas o socialista declarou apoio ao petista no segundo turno. Eleito, Donisete o nomeou superintendente do Saneamento Básico do Município de Mauá (Sama).
A parceria seguiu até 2014, quando Atila, então no PCdoB, quis ser candidato a deputado estadual. O PT já tinha um candidato, o ex-vice-prefeito Paulo Eugênio Pereira Junior. De olho na eleição de 2016, o então comunista bancou o projeto e rompeu com Donisete. Além de demitir Atila, todos os comissionados que haviam sido indicados por ele também foram exonerados.
Em 2015, ainda no PCdoB, Atila comunicou formalmente a Donisete que disputaria o Paço no ano seguinte, rompendo definitivamente a aliança firmada em 2012. Com o afastamento do prefeito, Atila se aproximou da ex-deputada estadual e maior opositora de Donisete na cidade, Vanessa Damo (PMDB). Condenada pela Lei da Ficha Limpa, a peemedebista declarou apoio a Atila e indicou seu marido para candidato a vice-prefeito na chapa (Orosco Junior teve a candidatura impugnada e em seu lugar assumiu a mãe de Vanessa, Alaíde Damo).
Ao deixar o PCdoB e se filiar ao PSB, em março de 2016, Atila também tirou o partido da base de Donisete. À época, o PSB ocupava duas secretarias na administração do petista: Habitação, com Rinaldo Vargas Lage, e Segurança Pública, com Carlos Wilson Tomaz. A filiação do novo quadro resultou na saída de Tomaz, então presidente municipal, e de dois vereadores (Luiz Alfredo Simão e Osvanir Carlos Stella, o Ivan), entre outras lideranças.