Duas semanas após o reajuste de preço promovido pela Petrobras, a gasolina subiu com mais intensidade nos postos de combustível do ABC nesta semana, mas ainda abaixo do estimado pela estatal.
Pesquisa divulgada ontem (16) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que a gasolina ficou 2,1% mais cara nos estabelecimentos da região e passou a custar, em média, R$ 3,551 o litro nesta semana, contra R$ 3,478 no levantamento anterior, realizado entre os dias 4 e 10.
Desde o reajuste, porém, a alta acumulada é de 2,7%, ou quase R$ 0,10. Ao anunciar o aumento de 8,1% no preço nas refinarias, a Petrobras estimou repasse aos postos de R$ 0,12 por litro.
A petrolífera atribuiu a majoração à variação dos preços do petróleo, que subiu após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) fechar acordo para corte de produção.
Em outubro e novembro, a Petrobras promoveu duas reduções no preço da gasolina vendida nas refinarias – que, juntas, somaram queda de 5,7% – em decorrência de nova política de preços adotada pela direção da estatal.
Porém, a diminuição não chegou ao bolso do consumidor do ABC porque foi compensada pelo aumento no valor do etanol anidro, que é adicionado à gasolina na proporção de 27%.
Com isso, o preço da gasolina está atualmente mais caro do que antes do primeiro anúncio feito pela Petrobras em meados de outubro.
Etanol também sobe
Nesta semana, o etanol hidratado – que é abastecido diretamente no tanque – também ficou mais caro nos postos do ABC. O renovável subiu 0,68% e passou a custar, em média, R$ 2,639 o litro, contra R$ 2,675 no levantamento anterior.
O aumento no preço do etanol nesta época do ano obedece a efeitos sazonais. Com o fim da safra de cana de açúcar na maioria das regiões produtoras, a oferta do renovável é reduzida nas usinas.
Gasolina vantajosa
Apesar da alta no preço da gasolina, o derivado do petróleo continua mais vantajoso para o proprietário de carro flex pela décima semana consecutiva.
O renovável passou a custar, em média, 75,8% do valor de seu concorrente.
O etanol só vale a pena se custar até 70% do preço da gasolina. De 70% a 70,4%, o uso é indiferente. A partir de 70,5%, a gasolina deve ser a escolhida.
Isso ocorre porque o poder calorífico do renovável equivale a 70% da energia de um propulsor a gasolina.
Durante a safra 2015-2016 da cana de açúcar, o etanol foi vantajoso pelo período de 25 semanas.