
No dia seguinte ao de sua posse como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo foi recebido, ontem (10), pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em almoço no Palácio do Planalto, que teve a participação do presidente da Fifa, Gianni Infantino, Caboclo defendeu mudanças em leis e em regulações para atrair novos investimentos no futebol nacional.
“O que colocamos ao presidente é nosso desejo de desenvolver o futebol, de mudar o patamar do futebol brasileiro na economia”, disse Caboclo. “Os clubes precisam arrecadar mais e, por isso, precisam diversificar e otimizar as fontes de receita. Assim, aumentariam de nível e chegariam mais perto dos times europeus, de modo a ter por mais tempo os craques no país.”
Dentro do plano de trazer investimento estrangeiro, estão entre os objetivos da CBF, na nova gestão, estimular a criação de clubes-empresa e modificar regras locais de forma que grupos internacionais possam até assumir o controle dos clubes.
“Com pequenas alterações de regulação e legislação, isso (o investimento) passa a ser possível e viável. É nisso que a gente acredita”, defendeu Caboclo.
Também estiveram presentes no almoço com Bolsonaro, que durou uma hora e começou com 55 minutos de atraso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno; o Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira; e Ronaldo Lima dos Santos, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério da Cidadania, além do secretário geral da CBF, Walter Feldman.
Os dirigentes reforçaram a importância para o país da Copa América – a ser realizada de 14 de junho a 7 de julho – e do Mundial Sub-17, que será disputado entre outubro e novembro. O torneio continental tem como sedes as cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio, São Paulo e Salvador.
Caboclo disse que a CBF não fez nenhum pedido adicional ao governo em função das competições de futebol que o Brasil vai receber este ano. “As competições são custeadas pela Conmebol, no caso da Copa América; e pela Fifa, no caso da Copa do Mundo Sub 17. (O governo cuida de) itens como segurança e logística e de tudo aquilo que está no campo das atribuições governamentais. Não pedimos nenhum favor especial”, comentou o dirigente.
Um dos temas que interessam para a Fifa, a liberação de venda de bebidas alcoólicas em estádios, não foi abordada durante o almoço, segundo um participante do encontro. A CBF tem buscado aproximação com Brasília depois que vários parlamentares ligados à entidade deixaram o Congresso, por não conseguirem se reeleger ou nem mesmo tentarem as urnas no ano passado.
O movimento de aproximação com o presidente da República vem desde a transição, quando Bolsonaro, torcedor do Palmeiras, assistiu em dezembro, ao lado de Caboclo, a festa do título brasileiro conquistado pela equipe paulista.
Caboclo presenteou Bolsonaro com a nova camisa branca da seleção brasileira, lançada em comemoração aos 100 anos do primeiro título conquistado pelo time, o da Copa América de 1919. De acordo com o presidente da CBF, a seleção brasileira vai vestir essa camisa na partida de estreia da Copa América, no dia 14 de junho, no Morumbi, contra a Bolívia. Infantino presenteou Bolsonaro com uma bola da Fifa.