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Após dois meses de queda, indústria tem alta de 7% em maio

Após dois meses de queda, indústria tem alta de 7% em maio
Linha de montagem do VW Nivus: produção de veículos automotores cresceu 244,4% em maio. Foto: Divulgação/VW

Depois de cair ao menor nível da história em abril, com retração de 18,8%, a produção industrial subiu 7% em maio, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento na produção, viabilizado pela flexibilização das medidas de isolamento social em algumas partes do país, foi impulsionado pela base de comparação baixa. O IBGE pondera que a retomada ainda foi insuficiente para reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de março e abril. Com isso, o setor fabril segue no segundo patamar mais baixo desde o início da série histórica da pesquisa.

“É natural esse crescimento (de maio) em função de abril ter sido caracterizado pela interrupção e paralisações de plantas produtivas. Então, com a volta da produção em maio, mesmo que de forma parcial, houve algum acréscimo em relação aos meses anteriores”, disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Em maio, a indústria operava 21,2% abaixo do patamar de produção de fevereiro, antes que tivesse início no país a crise sanitária provocada pela pandemia.

Na passagem de abril para maio, houve aumento na produção em 20 das 26 atividades industriais pesquisadas. As influências positivas mais relevantes foram de veículos automotores (244,4%), derivados do petróleo e biocombustíveis (16,2%) e bebidas (65,6%).

O resultado geral da pesquisa indica que o período mais crítico da economia ocorreu em abril, avaliou o economista-chefe do Haitong Banco de Investimento, Flávio Serrano, que também espera desempenho positivo do setor no mês de junho.

Todavia, é preciso cautela antes que se possa comemorar. “Precisamos ver quanto vamos perder de nível de atividade em relação ao patamar pré-crise quando as condições estiverem mais próximas da normalidade e monitorar os riscos de uma segunda onda do coronavírus, que poderia fazer com a atividade voltar a cair”, afirmou Serrano.

O economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Camargo Rosa, acredita que o resultado da produção industrial em maio ajuda os empresário a ver a economia com olhos mais otimistas. “O que pode atrapalhar um pouco (a trajetória de retomada da economia) é uma eventual piora da pandemia”, afirmou o economista, que prevê tendência de que a economia se recupere aos poucos se a covid-19 for controlada.

Camargo prevê queda de 6,1% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

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