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Após ataques, Natal tem ruas vazias e pedestres sem transporte público

Mulheres fecharam a rua de acesso à penitenciária de Alcaçuz para evitar transferência de presos. Foto: Avener Prado/Folhapress

Uma série de ataques a ônibus e delegacias assustou os moradores de Natal, ontem (18). Ao anoitecer, as ruas ficaram vazias de pedestres e o tráfego de veículos, bem abaixo do normal, já que muitas pessoas foram para casa mais cedo.

Ao todo, foram registrados 15 ônibus incendiados e tiros disparados contra duas delegacias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública os ataques estão sendo apurados, mas há indícios de que tenham sido ordenados por membros da facção Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte.

A ação seria uma represália contra a transferência de 220 membros da facção do presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN). As remoções começaram ontem, após o Batalhão de Choque entrar na unidade e encerrar a rebelião que já durava cinco dias e deixou 26 detentos mortos.

Com os ataques, a frota de ônibus da cidade foi recolhida. Sem opção, as poucas pessoas na rua acabavam optando por voltar para casa com táxis, que foram autorizados a fazer lotação. O taxista Ademir Silva, 62, disse que os natalenses não tinham alternativa de locomoção desde o fim da tarde.

Segundo capitão Fabio Sandrine, supervisor das operações da PM na Grande Natal, mais de 80 policiais atuariam na cidade durante a madrugada.

Em Ponta Negra, na zona sul da cidade, o calçadão estava praticamente vazio, embora nos restaurantes e bares da região o movimento fosse considerado normal pelos empresários.

Transferências

O governo do Rio Grande do Norte iniciou por volta das 19h30 (horário de Brasília) a transferência de presos de Alcaçuz após a entrada do Batalhão de Choque da cadeia. Um protesto de mulheres dos detentos tentou impedir a passagem dos veículos com barricada de fogo. Policiais deram tiros de advertência para dispersar o grupo.

Ao todo, 220 detentos apontados como membros da facção Sindicato do Crime foram levados para o presídio estadual de Parnamirim. Para permitir a transferência, o governo do Estado removeu 220 presos que estavam no presídio de Parnamirim, para Alcaçuz (100) e para a cadeira pública Raimundo Nonato (120). Todas as transferências deverão ser concluídas ainda ontem.

Novo motim

Começou ontem um outro motim, agora na penitenciária estadual do Seridó, conhecida como o Pereirão, que fica na cidade de Caicó. Informações preliminares apontam que a rebelião foi iniciada por membros do Sindicato, que não aceitariam a chegada de presos do PCC. Não há informações de feridos.

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