Um dia depois das ameaças sofridas pelos jogadores em um protesto de torcedores no saguão de desembarque do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, depois da derrota para o Fluminense, no domingo, o presidente Andrés Sanchez falou pela primeira vez sobre o ocorrido e criticou a manifestação. Para o dirigente, houve uma emboscada.
“Realmente é lamentável, até porque nós, historicamente, sempre atendemos os torcedores. No Corinthians, você sempre é cobrado. Agora, ser intimidado, ameaçado, isso não faz parte da torcida do Corinthians. Há anos não acontecia isso. Foi uma emboscada. A própria polícia, seguranças do aeroporto e do clube falaram que havia 12 pessoas. Pedimos para sair pela pista, mas não permitiram. Aí, de repente, aparecerem 30 pessoas”, relatou o presidente.
Andrés comentou que o elenco corintiano ainda tenta se recuperar do que aconteceu na noite de domingo. “Saímos e, infelizmente, houve aquele absurdo, que não condiz com a torcida do Corinthians. Obviamente, os jogadores estão muito assustados e tristes, eu também. No dia seguinte, ameaçar jogador e familiares é ridículo. Nas redes sociais, não se sabe quem tá falando, isso é muito ruim. Os jogadores estão se recuperando”, disse.
No protesto, muitos jogadores, como o goleiro e capitão Cássio, foram cobrados pelo desempenho ruim do time na temporada. Sobrou até para o atacante Luan e para o zagueiro Danilo Avelar, que nem estavam na delegação que viajou ao Rio de Janeiro.
“Danilo Avelar nem estava no jogo, nem estava na delegação. Luan também não. Foi muito desagradável, até porque sempre abrimos as portas para atender (os torcedores). Ser cobrado é uma coisa, ser pressionado é outra coisa, mas ali foi intimidação. Todos estão tristes, meio assustados, mas hoje já é um dia melhor. Ninguém pediu para ser negociado ou pediu para sair do Corinthians“, afirmou Andrés.
TÉCNICO
Outro ponto abordado na entrevista coletiva virtual desta terça-feira foi a saída do técnico Tiago Nunes, definida na última sexta após a derrota no clássico para o Palmeiras, na Neo Química Arena, em São Paulo. O presidente corintiano, que havia garantido dias antes que não tiraria o treinador do cargo, revelou que mudou de opinião e garantiu que não houve interferência dos jogadores na decisão.
“Houve matérias dizendo que eu me reuni na sexta com os jogadores, mas isso é mentira. Na sexta de manhã eu estava na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), nem estive com os jogadores, só os encontrei no sábado. A intenção era não tirar o Tiago naquele momento. Porém, conversando com os diretores, decidimos, por bem, trocá-lo. Mudei de opinião em três dias. Infelizmente o futebol é dinâmico. Jogador não teve influência nenhuma. Nunca teve influência de jogador, nem para pôr, nem para tirar”, garantiu.
Sobre o novo técnico, Andrés não deu prazo para a contratação. “Abelão (Abel Braga), Dorival (Junior)… Se enumerarmos aqui, a cada duas horas vai aparecer um nome. Rogério (Ceni) é um grande profissional, está se mostrando grande treinador. Temos opções, vamos ver o que acontece. Se eu falar que será amanhã, e não for amanhã, vocês (jornalistas) criticam. (Contrataremos) O quanto antes possível”, completou.