A Associação de Futebol Argentino (AFA) enviou ontem (3) carta à Conmebol em que reclamou da arbitragem do jogo com o Brasil. O documento assinado pelo presidente da entidade, Claudio Fabián Tapia, questionou a não utilização do VAR em dois lances de possíveis pênaltis e comentou o uso político da partida pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Mineirão.
No intervalo do jogo, Bolsonaro desceu das tribunas para o campo e deu volta olímpica. “Foram evidentes as manifestações políticas durante o desenvolvimento do jogo”, informou trecho da carta. “Os princípios da Fifa e da Conmebol, de não ingerência, e a proibição de realizar manifestações políticas em um evento desportivo deveria ser advertida pela comissão presente”, prosseguiu Tapia.
Sobre a partida, a AFA reclamou especificamente de dois lances em que poderiam ter sido assinalados pênaltis para a Argentina. No primeiro, Daniel Alves derrubou Agüero dentro da área quando o placar ainda estava 1 a 0. No lance seguinte saiu o segundo gol brasileiro. Depois, Arthur acertou cotovelada em Otamendi dentro da área.
“Ficou evidente que a seleção foi claramente prejudicada pela comissão de arbitragem encabeçada pelo árbitro Roddy Zambrano durante toda a duração da partida e, em particular, pela não utilização do VAR em duas jogadas concretas que poderiam reverter o resultado final”, disse o dirigente argentino, referindo-se ao juiz equatoriano.
O brasileiro Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem da Conmebol, também foi alvo da nota. “Terminada a primeira fase da Copa América, Seneme comunicou balanço do uso do VAR e informou que a tecnologia interveio em 17 ocasiões nas 18 partidas disputadas. A incompetência de Seneme se mostra porque o balanço sobre o VAR não se mede pelo número de vezes que foi usado, mas as vezes em que se omitiu de usá-lo.”