O Consórcio Intermunicipal ABC anunciou, ontem (23), a interrupção da campanha de vacinação contra a gripe nos sete municípios por falta de doses. A data de reinício da ação ainda não foi definida.
Na primeira fase da campanha, que começou ontem, o público-alvo são idosos e profissionais da Saúde. Foram entregues 107 mil doses aos sete municípios, mas a carga esgotou. A população idosa da região soma 432 mil pessoas.
A vacinação não protege contra o novo coronavírus, mas é importante para evitar sobrecarga nos serviços de Saúde e facilitar o diagnóstico de eventual caso de Covid-19.
A decisão de interromper a vacinação foi tomada durante videoconferência liderada pelo presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), e da qual participaram chefes de Executivo de outros cinco municípios – o de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), foi a ausência.
Na videoconferência, ficou estabelecido que o Consórcio encaminhará ofício à Secretaria de Estado da Saúde e ao Ministério da Saúde solicitando as doses necessárias para o ABC.
O prefeito de Diadema, Lauro Miches (PV), foi às redes sociais logo pela manhã para exigir o envio de mais doses. Os idosos foram informados ainda nas filas de que não seriam imunizados contra a gripe.
Os postos de vacinação foram montados em escolas municipais – medida adotada para não sobrecarregar os serviços de Saúde, que estão voltados ao atendimento dos casos suspeitos do novo coronavírus.
“Diadema está mobilizada e preparada para a campanha de vacinação nas escolas. Porém, acabaram as 12.500 doses. A equipe de Saúde está desesperada. É vergonhoso. Acabou porque os governos federal e do Estado não conversam”, disse.
Michels lembrou que a compra das vacinas é de responsabilidade da União, e cabe os Estados a distribuição para os municípios. A previsão é de que Diadema seja reabastecida na próxima sexta-feira.
Segundo o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), a vacina contra a gripe acabou em mais de 400 cidades. O número corresponde a cerca de 60% dos municípios paulistas.
Em Ribeirão Pires, as 5 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde ao município também não foram suficientes para atender a demanda, que foi grande durante todo o dia. O estoque local foi aplicado até o meio da tarde.
Como forma de prevenir a disseminação do coronavírus, a prefeitura montou esquema de “drive-thru” no Complexo Ayrton Senna, para que idosos e trabalhadores da Saúde pudessem ser imunizados sem descer do carro.
Nas nove Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Saúde da Família (USFs) onde a campanha também é realizada, a prefeitura usou separadores de fila para manter distância segura entre as pessoas.
Em São Bernardo, que possui 78,9 mil idosos, foram entregues 30 mil doses no primeiro lote. A prefeitura aguarda a chegada de outras 37 mil doses, prevista para sexta-feira, para dar prosseguimento à campanha de imunização.
A
Prefeitura de Santo André também montou dois postos de vacinação em formato drive-thru no estacionamento do Paço e na sede da Companhia Regional de Abastecimento Integrado da cidade (Craisa).
Segundo o Consórcio, o município recebeu 30 mil doses. “O governo federal previu que Santo André aplicaria 6,6 mil vacinas no primeiro dia, mas aplicamos 26 mil. Mais doses vão chegar ao longo desta semana. O lado bom é que 26 mil pessoas estão imunizadas contra a gripe”, afirmou o prefeito Paulo Serra (PSDB).
