Uma disputa na Justiça entre Palmeiras e Fábio Caran, ex-agente de Gabriel Jesus, colocou o camisa 33 em situação delicada perante o clube, a direção alviverde e os torcedores palmeirenses.
O entrevero diz respeito aos 22,5% dos direitos econômicos da venda de Jesus ao Manchester City. O Palmeiras alega quebra de contrato de Caran para incorporar essa fatia do negócio. São cerca de R$ 25 milhões.
A reportagem teve acesso ao processo e a conversas entre Jesus e Caran nas quais o camisa 33, em meio a duras críticas à diretoria alviverde, diz que quase desistiu do negócio.
As imagens das conversas via WhatsApp foram anexadas como forma de defesa do ex-agente. O intuito é usar o diálogo particular como elemento da defesa no processo.
No papo, Jesus diz que cogitou não ir à Inglaterra e diz ao ex-empresário que tentou interceder para que este recebesse parte dos € 32 milhões (cerca de R$ 115 milhões).
“Fábio, você sabe como o presidente (Paulo Nobre) é. Por mim, o Palmeiras pegava apenas o que tem direito. Sério. Porém, infelizmente, ainda existem pessoas egoístas demais. Juro, quase desisti de fechar esse negócio para o Palmeiras não ganhar nada” escreveu Jesus.
“Falei para os caras pagarem o certo. Não tenho como obrigar, não assinei nada ainda e até eu assinar a gente tenta, mas não posso obrigar o presidente a fazer algo, e tu sabes como ele é”, continuou.
O palmeirense, por meio de sua assessoria, disse se sentir traído por Fábio Caran. “Lamento o fato de um trecho de uma conversa com meu ex-agente ter sido usado de forma descontextualizada, incompleta e sem responsabilidade. Fui enganado e manipulado por uma pessoa em que antes eu confiava”, disse, em nota.
“Usar conversa particular ‘preparada’ com segundas intenções mostra um pouco da índole e do caráter dessa pessoa. Minha história com a torcida, diretoria do Palmeiras e o presidente Nobre é muito maior do que isso”, finalizou.
O Palmeiras, também por nota, disse considerar o caso superado.